Assaltante de bancos e casas de valores, inclusive joalherias, ninguém conseguiu ultrapassá-lo na astúcia e esperteza. Entrava noturnamente dentro das caixas fortes de bancos ou quaisquer locais onde houvesse bens a saquear, sendo o mais interessante para ele a barra de ouro, o dólar e euro.
Aprendera todas as habilidades para trabalhar o ouro e
traficar moedas estrangeiras, portanto um expert. Bolou uma casa propícia para
acumular seus bens de forma a não ser surpreso por pessoa alguma das áreas de
segurança ou investigação. Veja, construiu nos arredores da cidade uma mansão
encostada em um barranco com uma pedreira, ao lado de um manguezal, sem afetar
o mesmo com a obra.
A parede encostada no barranco era móvel quando necessário e
nas horas noturnas ela se afastava acionada por um movimento eletrônico para a
direita da construção em direção ao imenso terreno, escondido na frente por um
fechado bosque. Impossível alguém perceber sua jogada inteligente, ainda mais
sendo o lugar bem afastado da cidade.
Em frente à sua obra megalomaníaca colocou alguns cartazes
solicitando a preservação do mangue, justificando o mesmo como útero da vida
fazendo parte de uma combinação entre a terra, o mar e a lua! Sinta como o
indivíduo era malandro ao extremo.
Todos os seus roubos levados em uma camioneta luxuosa
entravam pela garagem e saíam em direção ao quarto cavado na montanha por
detrás da parede movediça!
Também neste local ele dormia e caso houvesse uma invasão de
domicílio por ação policial, jamais o encontrariam e ele ainda presenciaria a
mesma através de câmeras muito bem localizadas, cujas fiações neste caso eram via subsolo, todas embutidas. O salão sob o barranco de
pedreira era imenso e confortável. Vivia desta forma como um príncipe das
arábias nos contos infantis.
Mas sua epopeia era mais adulta além de quaisquer
imaginações! Estava realmente salvo? Mesmo se houvesse uma invasão repentina
não haveria tempo de apanhá-lo, pois a mansão sempre fechada, o sistema de
câmaras externo o avisaria a tempo de se esconder no salão em falso!!!
Mas estava realmente ileso? Bom, dizem os entendidos, “o mal
prepondera por muito tempo, porém o bem um dia o supera!“ Vamos lá! Tudo
aconteceu em uma noite de chuva torrencial enquanto ele dormia tranqüilo em seu
esconderijo. Choveu como nunca alguém poderia supor. O manguezal encheu e se
estendeu pela redondeza empurrando pedras e troncos de árvore em volta de seu
nobre casarão.
Quando amanheceu, impulsionou o sistema para mover a parede
falsa, mas estava travada por entulhos pesadíssimos provenientes da tempestade
furiosa da noite.
Não havia como sair dali. Ele cuidara de vedar com exímia cautela aquele local de forma a não receber nenhum sinal de celular para ser
monitorado. Então, também não podia pedir socorro algum.
Desta forma ficou enterrado para sempre com seu tesouro. Sob
o solo do mesmo estavam enterrados os corpos daqueles profissionais
construtores do mesmo.