Eu ando em
linha reta por caminhos curvilíneos, pois as letras das palavras são as curvas
femininas das veredas por onde me deslizo.
Como ando
por elas com santa intenção, não me prendo ao canto imperativo das sereias em
forma de palavras sem sentidos, palavras vãs.
Muitas vezes
mergulho muito mais fundo, lá na profundidade mais longínqua de todas as
coisas, pois sei que é sob a superfície por mais atraente que seja, o lócus onde
encontrarei a gênese das respostas às questões fundamentais deste mundo.
Andar em
linha reta é saber como um esgrima acompanha com maciez
o movimento
convidativo e cheio de surpresas em cada curva deste caminho.
Meus poemas
são setas ligeiras e na sua rapidez sabem dobrar cada esquina, pois a sua
retidão se prende ao fato de obedecer à razão com um tempero equivalente de
sensibilidade.
O texto
poético que escrevo é como um lago onde as palavras vão sendo lançadas e se
expandindo em ondas aos infinitos horizontes dos meus leitores.
Em seguida
elas voltam para mim com o perfume de suas almas luzindo a paz e encantando a
vida.
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