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sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Saudade interiorana

Havia sempre passarinho bem no alto da jaqueira.
Tinha um fogão de lenha besuntado de barro branco. 
Andando pela roça inteira em cada pé tinha um ninho
e um galo muito franco cantava com a mesma resenha
que o dia estava saindo.
Quando passava o vento como era lindo seu assobio.
Quando a chuva caía era uma benção do céu.
O café diário na chaleira, num canto água na talha.
Era doce o pensamento e bem limpinho o rio.
Quando o povo percebia a lua cheia na ribanceira,
a Deus tirava o chapéu, Deus ó Deus nos valha!
Era um tempo que se vivia.
Hoje o tempo é um escarcéu!

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