Pantanal sinta o meu pranto sobre o pantanal jamais,
sob tsunamis de labaredas crepitando no calor e no
zunido,
são dançarinas absolutas com seus corpos de chamas
colossais,
minhas lágrimas não renascerão todo este édem perdido,
todas as aldeias diluindo em dilúvios de cinzas
horizontais,
minha dor não recostura cada trama perdida deste trágico
tecido,
são carcaças fúnebres de animais, lodos de cinzas nos
umbrais,
jorrando seus últimos suspiros no exercício de cada salto
retido,
são fuligens de florestas tão antigas, vão-se embora os
ancestrais,
o fogo devora tudo e rumina a natureza esparzindo seu
rugido,
não haverão mais estações, verão, outono, inverno,
primavera jamais.
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