Para um poeta o que é uma armação?
O que para ele seria armar-lhe um laço?
São perguntas que vão se acumulando
como torvelinho em sua alfombra.
Então o poeta perceberá logo de imediato
cada passo em desalinho cego
na direção deste fracasso.
Para ser poeta é necessário ter intuição,
clarividência e clariaudiência.
Se em seu universo há toda esta constelação,
será infalivelmente em falso este ato e desfar-se-á
em fuligens e fugazes como uma sombra,
qualquer ousadia vinda de fraca consciência!
Aquele que anda colhendo pelos caminhos
a grandeza refinada de todas as palavras,
não se perderá preso nos escaninhos
de quem ainda naufraga num simples beabá!
No mundo pode haver muita maldade
cruel, incompreensível e dura como pedra,
mais que o esplendor da bem aventurada bondade.
No entanto esta será para sempre bendita.
Porém, o verdadeiro poeta
tem como troco outra moeda!
Com cada pedra desta após esculpida,
ele forra o chão por onde andará nas
ruas insondáveis de sua divina cidade.