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domingo, 29 de agosto de 2021

Você 154

Não era muito tarde nas horas da noite,

nem tão pouco para dizer bem cedinho!

Mas a saudade de se ver era como açoite,

girava em nós impetuosa tal um moinho!

 

Mensagens trazem aos poucos seus dotes,

pétalas universais, enfeites do seu carinho.

Assim vão chegando mananciais de aportes,

por onde vou florir ao longo o meu caminho!

 

Há certas coisas cambiando entre nós dois

flutuando, não cabe nenhuma explicação,

deduzindo antes e depois entre nós, não! 

Somos muitas misturas, diversas vertentes

vividas pelos que sabem diluir-se na espuma

de dois corpos inerentes, duas almas em uma!

Espelhamento

No espelho ao ver meu rosto,

também percebi o oposto.

Por exemplo, lá no espelho

vi uma janela ao fundo.

Onde está a ponta do novelo

para ver de outra forma o mundo?

Vejo coisas de um e de outro lado,

quando me vejo neste espelho.

Mas será que quando dialogo

estou assim preparado?

No espelho meu lado esquerdo

é o meu lado direito,

enquanto meu lado direito

é o meu lado esquerdo.

 Sendo assim, pergunto então:

ver a vida da mesma maneira

seria a única condição?

Sempre(ser)

Sempre ceder

com proceder!

Sem ferir

sempre preferir!

Sem sumir

sempre prevenir!

Sempre ver,

sempre preceder,

sempre prever,

sempre prover!

Sempre chegar

sem apressar!

Sempre voar

sem tirar os pés do ar!

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Matusalem

Eu até achava que após Drummond, a poesia havia perdido seu boom!

Mas a poesia vem, vai, volta; mas a poesia vem. Ela é como um torvelinho bom, uma dádiva que não nos deixa na mão!

Uma prova disto está em Matusalém!
Este poeta é um pergaminho de seda do além!
A poesia é um olho d’água que não se soterra. É um fogo na alma que não se apaga. É uma reticência que não se encerra. A poesia é o suor dos sentimentos adubando o chão!
Se os anos passam sem se perceber, a poesia passa com seu fogo a brasa aquela chama que não para de arder.
Uma prova disto está em Matusalém!
É mais fácil o relógio do tempo perder a sua hora, que a poesia dar adeus e ir embora!
A poesia vai e vem, temos Matusalém!

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Você 153

Uma linda estrela bailando surgiu

no novo céu, vagando onde luzia.

A lua em véu meio tonta sorriu,

como há tempos jamais sorria!

 

Meu coração palpitando móbil,

numa doce ondulação antevia

um som presente de lilás e anil,

tangente esperança  em vigília!

 

Não se molda a forma do jarro

sem o movimento de um oleiro,

sem colocar as mãos no barro! 

Não se separa o que é inerente,

porque ele está em toda a parte.

Vem em chamas o amor da gente!

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Sou assim mesmo

Eu sei, sou diferente.

A minha diferença?

Ser diferente é

não ser pop star.

Eu sei, sou diferente.

Com arabescos forro

o chão do meu pensar.

Com fios de seda

movo o meu tear!

Teço teias de pensamentos

ondulando sem parar.

Eu sei que sou diferente!

Sou terra, água, fogo e ar!

Você152

Será realmente? Tudo acabou enfim,

ou saiba quem esteja apenas dormindo,

sonhando dia ardente, fugindo de mim,

mas lá dentro de si não está fingindo!

 

Quem saiba estaria eu neste trampolim,

onde caiba apenas um salto, pressentindo

que poderemos forrar a tarde de cetim,

pintando no céu um arco-íris se abrindo!

 

Não podemos negar a solidão, o tempo

passado a cada segundo tão lentamente,

que vai desbotando a alma da gente! 

Não perdermos a noção vazia do vento

soprado sobre cada lágrima pelo rosto!

Mal o sol vem surgindo já é sol posto!

Você 151

Não posso negar sua presença admirável,

bondade, sorriso, seu olhar, sua pegada

flutuando sorrindo por sobre sua mirada,

amanhecida de orvalho, melodia afável!

 

Não posso esquecer o valor notável

de um sentir, de uma força não negada,

quando estávamos numa cena agradável,

eterna, romântica, lindamente lembrada!

 

Será que podemos apagar aqueles traços

escritos nas águas mansas do nosso rio,

as chamas mergulhadas em nosso pavio? 

Será que podemos apagar todos os passos

não esquecidos, dourando a face da estrada,

levando àquela doce surpresa tão animada?

 

 

Realidade

Há coisas que nos fazem cair fora de si... Dependendo do vulto vale demais sonhar. Dependendo da penumbra nem vale a pena acordar. Acordar m...