Onde fica o amor?
Por que se embriaga quem ama?
Na cabeça?
Por que se alucina quem ama?
No coração?
Por que fica criança quem ama?
No sexo?
Por que se translada quem ama?
Não, não somente
num determinado lugar!
Ele é bem mais complexo.
Ele, quando vem para ficar,
fica em todos os lugares,
pois ocupa a imensidão do universo.
Quando semente, frutifica,
floresce pés de sóis,
de imagens, de sentimentos,
de nuvens-pensamentos.
Somente os que amam percebem
as ninfas nos seus firmamentos!
E podem intuir sua dança nos céus.
Ele coleciona o antes e o depois
de todos os momentos a dois.
No amor pode haver algum desentendimento?
Claro, não seja beato,
a beatitude do amor é o momento exato,
ou seja cada segundo de cada momento.
O amor é travesso na sua vestimenta,
onde escreve a história de dois
no direito e no avesso.
Em quem você adora, pode tocar
com uma flor,
tocar macio, como a paixão da primavera
passa suas mãos sobre a natureza e
a plenifica com o mundo da cor.
O verdadeiro amor?
O amor não é tecelão de mentiras e
não caminha pela senda dos enganadores.
Todo amor é verdadeiro,
seja ele o último,
seja ele o primeiro.
Porém, ele como fada, quando
toca sua vara de condão,
uma canção de ninar
transpassa o coração.
Quando ele atravessa o tempo
ele tange o cotidiano,
com o seu violino permanente.
O amor é presente,
é um amanhecer no poente,
é um anoitecer no nascente.
É uma lua cheia na minguante,
é uma lua instante na nova,
o amor a cada dia nos prova,
que sendo inverso de si mesmo,
ele é um pequeno gigante,
quando tangente se agiganta,
quando se eleva, se renova,
num imenso pequenino brilhante,
e se faz poesia na prosa.
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