Quando o povo percebia a lua cheia na ribanceira,
a Deus tirava o chapéu, Deus ó Deus no valha.
O café quentinho na chaleira,
num canto água na talha!
O fogão de barro branco e lá na sala a cristaleira!
Era doce o pensamento e bem limpinho o rio.
A luz na lamparina dançava fosca em um fio seu gingar
de bailarina.
Havia sempre passarinho bem no alto da jaqueira.
Andando pela roça inteira em cada pé tinha um ninho.
Um galo franco cantava sempre a mesma resenha,
anunciando a todos que o sol estava saindo.
Quando o vento passava, como era lindo seu assobio.
Quando a chuva caía era uma benção do céu.
Uma estradinha silente pelos campos ia sumindo.
Por ela passava a gente como esta saudade é um véu
escondendo um tempo antigo, onde havia sol poente.
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