nem de Pessoa, Neruda, Vinícius,
caminho sem ninguém, sem nada.
Sem sombra de arbustos e interstícios.
Já pensaram como eram seus beirais?
Em nenhum deles nasciam flores!
Havia um caminho sem gosto.
Um caminho sem pombos ou pardais!
Uma vereda triste que nenhum adivinho
saberia quando o sol é nascente ou posto!
Um dia por encanto, o deus dos amores
passou suavemente sobre aquele caminho!
E saiu a distribuir abraços, beijos e carinhos,
e um arco íris descomunal de todas as cores,
uniu como milagre as margens do caminho!
Foi quando surgiu como nada o primeiro casal,
vieram até ali para colher lírios, rosas e jasmins!
Por ele toda a beleza vagueava como uma pluma!
Onde não existir amor, não pode haver coisa alguma!
Onde existir o amor os caminhos viram jardins!
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