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domingo, 20 de janeiro de 2019

Des(lumbramento)

Des(lumbramento)

Deslumbramento (José Do Amaral)
Não! Não tirarei este retrato!
Eu não me caibo em uma
foto três por quatro!
Tudo é muito imenso!
Tudo é infinito!
Tudo é maravilhoso!
Tudo é muito profundo!
Por que vou me prender
em tão pequenino espaço?
Eu que vou tão longe com
meus pensamentos!
Eu que mergulho lá no
fundo das coisas pequeninas
e daquelas consideradas grandes!
Eu que não estou nem aí
para esta fala mundana!
Eu que juntei todas as críticas
contra mim e construí meu jardim!
Eu que fiz de todas as minhas falhas
as pedras robustas da aprendizagem
para proteger minha cidade com suas
muralhas!
Não! Não me exigem tamanha
curvatura de minha personalidade
sobre a insensatez de uma foto!
Maldito lambe lambe dos tempos modernos!
Não me venham com este zap zap,
porque ele não raptará minha visão
dos fatos mais além, pois já
nasci vacinado da idiotice e da
alienação!
Deixem-me colher os frutos desta
linda ocasião agora,
pois lá fora o dia resplandece
em plena aurora e sou livre,
totalmente livre e para mim
não há espaço que abarque o meu chão
e não há laço que me separe do meu céu!

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