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segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Poema do desencantamento

No início uma gélida solidão
com um arsenal lacrimoso
estendia suas alças zodiacais
desde o humo do chão até ao
último astro luminoso; um zíper
de aço inoxidável não permitia
nenhuma abertura e nenhum abrigo,
nem a proeza de um minúsculo clipe,
por onde pudesse passar ou morar
a pelúcia da mais oculta esperança,
pois a tristeza traçara um visco entre
o azedume da terra e o inóspito mar.
Quando se lançava a âncora
naquele porto, sua ponta chegava
ao foco do lodo e não havia como
regressar, enquanto a embarcação
se destilava com ferrugem e coque,
após o embarcadiço se destroçar.
Em tudo havia solidão, solidão por
toda parte. Em tudo havia sentença
sem a presença da contraparte. Mas
ele chegou sorrindo, sorrindo com
amor e arte. Sorriso como um balanço
movimentando por todos os lados.
Sorriso como um gancho pra convidar
a alegria e bendizer o sol, romancear
a noite, incendiar o dia, entregar o coração
Insulano, palpitando agora recém ilhado ,
por decreto do destino como única opção,
onde só havia na ilha uma torre
com uma donzela presa, fiando
por eternidades com sons ocarinos
de suas agulhas fiadeiras, até que
aqueles sorrisos cristalinos lhe chegaram
de surpresa, conforme predisse cantando
a pitonisa sobre a maldição de uma megera!
Então, adeus tardes carpideiras, pois
somente o amor é capaz de ter o encanto
do desencanto de desencatar as feiticeiras!

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