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domingo, 20 de janeiro de 2019

Romântica afirmação


Eu, por uma questão poética particular,
acho mais interessante sair para assistir ao
espetáculo circense de cada milagre momentâneo
de uma filosófica existência significada de
símbolos e perfilada de lendas milenares
incrustadas, incorporadas no rosto do insondável,
contemplando do seu convés perpétuo, junto
aos seus convidados, com seu olhar de astrolábio,
o desfigurar e ao mesmo tempo ajuntamento de
todas as coisas sem que ninguém lhes perceba
o incessante movimento, nem tão pouco o oscilar
da barca do cosmos, como Galatéia eterna; tranquilo
com seus janízaros empunhando seus sabres,
reluzindo com as cores vibrantes das ondas,
porque não estou preso somente às molduras à vista,
mas ao grande e impetuoso espetáculo de tudo!
Escrever não é fácil, pois não é dedilhar coisas
simples que se encontram na primeira esquina!
Não nasci para rimas pobres, nem para idéias
banais! Bem que respeito a todos estes que
rimam amor com dor! Para eles, eu abro o
meu guardo sol ao sol e não há repetição
mais sarcástica do que esta! Pobres poetas de
rimas maltrapilhas e pensamentos rotos!
São como todos estes que saem às ruas todos
os dias a perguntar por coisas tão simplórias,
que nem elas mesmas querem ouvir suas estórias!
Eu não escrevo poesias como muitos pensam! Não
pensem isto de mim! Eu sou a própria poesia encarnada
em minha liturgia diária! Por ter nascido acasalado assim,
sei disfarçar-me em anabiose. Sei bater palmas para
Insensatos rimadores e tecelões de trapos poéticos,
para escapar-me do tiro de arcabuz e fingir-me de
argamassa enquanto por dentro moro na casa da
Poesia com alma de arqueiro zen, que sabe com um
arco só e uma seta somente atirar em todos os alvos
ao mesmo tempo, com um movimento sutil, porque não
sou dono de nenhum argumento, sou a própria narrativa do
Verso! Enquanto uns plantam exaustivos pelo chão,
eu danço como Shiva eterno plantando polens ao vento!

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