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domingo, 20 de janeiro de 2019

Sendo

VIVER É SER OUTRO, esta frase é o início de um poema de Fernando Pessoa. Parafraseando diria, Viver hoje em dia é ser outro de si mesmo ou seja é preciso criar uma saída a cada hora de um outro que consiga carregar a cara menor do que uma sala porque já não é simples e nem fácil ser simplesmente sem este outro. Parece confuso, mas não é. O mundo é que está confuso. Muitas pessoas é que perderam o senso de que há gente que não nasceu envelopada, subscritada, endereçada e no confronto com este não-outro nem tão pouco o reconhece. Este outro de si mesmo é como um amortecedor, mas não é uma máscara, pois os seres que são reais não as possuem no baú, mas digo, este outro de si mesmo é o que toma pelas mãos aquele que quer viver sem rótulos e o convida a sair para lhe mostrar que a sala do mundo tem ladeiras, ruas, casas enormes e parques floridos. Este sábio heterônimo de si mesmo é um bom aconselhador, porque Fernando tem razão, Viver é realmente ser outro. Sem este outro não é possível dar passos seguros após o nocaute ou caminhar sem cambalear ou encontrar a saída pelas portas dos fundos ou sequer pensar que pode haver um passarinho no alto do telhado ou uma flor resistindo. Não será elegante a quem nasceu para escrever, dizer palavras ou discursos. Aos papéis ninguém poderá bradar, nem às telas dos computadores, assim correm os versos e voam livres pelas mãos do outro poeta de si mesmo. José Do Amaral, assinando pelo outro.

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