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domingo, 20 de janeiro de 2019

Volúpia



Minha alma é como uma colcha de retalhos
feita às cópulas em tardes interioranas,
cobrindo meus sonhos movidos
com os sussurros das venezianas;
modulando os ventos esparzidos
em polens de imagens e pensamentos.
Todos tem uma resposta pronta
e se julgam despertos o bastante!
Apenas eu abro as janelas das noites
escuras dos meus dias claros
para buscar nos meandros dos
meus momentos mais sonâmbulos,
as respostas de que afinal de contas
não há quem as responda, como
por exemplo, porque a noite é tão
grande e o dia é tão pequeno,
sendo que as horas são as mesmas
mas não são iguais em seus
passos noturnos a pisar estrelas distantes.
Oh! Santa pergunta, santa vanidade
em que nada tenho, nada sou,
nada desejo e por aí penumbra meu
desalento, ver-me diante da eternidade!
Por aí me esvazio, como em sua
correnteza por menor seja um rio,
sempre leva em seu dorso, o rosto
imerso da paisagem do céu, com
suas nuvens ambulantes esvaindo
com sua leveza um azul molhado
de águas frias, como um beijo bem
posto na madrugada varrendo os
corpos nus e as colchas emboladas
sobre o leito e ao pensar assim
me esvazio, pois tudo tem seu
sentido na grande mente do logos,
nas indagações mais estanhas sobre
a idéia do princípio, nem que seja
como estas lembranças recortadas
e repartidas caindo como para quedas,
ou que seja caindo da cama, mas
caindo aos retalhos em um precipício!

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