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sábado, 9 de fevereiro de 2019

O irmão ingrato

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Al Ammar, Sacerdote da Ordem de Melquisedeque, amava muito a um dos seus irmãos que ainda não havia entrado na Ordem, mas ele incentivou-o a conhecer o Caminho da Benção Abraâmica e dos Mistérios. Porém, vocês nem vão acreditar. Havia entre os dois uma diferença cósmica! Al Ammar desde jovem desenvolvera ampla intuição, clarividência, clariaudiência e sensibilidade. Por outro lado, seu irmão Al Aziz adentrara-se pela senda do pensamento racional, dogmático, prático, materialista e por aí se compreende cabalisticamente a diferença entre ambos; um mais perto do mundo de thifareth e outro mergulhado no plano material de malkuth. Esta dicotomia se acentuou com a namorada de Al Aziz, altamente comerciante com suas caravanas de tecidos da pérsia cortando o mar arábico e norte/nordeste da África em busca de dinheiro, somente dinheiro e poder material.
Qualquer cérebro com um punhadinho de inteligência do tamanho de uma semente de tâmara é capaz de avaliar o quanto desta distância findava em críticas e discriminações. Mas Al Ammar, um Mestre Superior, sempre será Mestre, muito mais ainda Sacerdote da Ordem de Melquisedeque, filósofo, poeta e matemático.
Nos arredores de Omã havia um mosteiro da Ordem onde Al Aziz se iniciou em segredo, sem ao menos convidar seu irmão que o incentivara.
Meses depois enviou um peregrino com uma mensagem informando a Al Ammar sobre sua iniciação, inclusive se o Grande Sábio poderia enviar-lhe pergaminhos sobre os estudos da Ordem, para tornar-lhe mais seguro seu caminho entre aspas sacerdotal, pois Al Ammar já percebera este seu passo tropeço na estrada sagrada.
Sem dúvidas, enviou através do mesmo mensageiro tudo o que tinha em mãos, pois de qualquer forma Al Aziz se iniciara. Mas amigos, escutem bem, Al Ammar sabia que quem brinca com o fogo sagrado pode manipular cadinhos trocados. Mas a esperança é a única que nunca morre e um Grande Mestre, mesmo com um pezinho atrás, entrega tudo nas mãos do Altíssimo.
Assim, Al Aziz cresceu entre aspas, ou melhor dizendo, egoicamente, dentro da Ordem de Melquisedeque, sem nunca convidar àquele seu irmão tão Sábio para todas as suas diplomações dentro da Ordem.
Al Ammar em seu silêncio sabia das discriminações que recebia de Al Aziz que não o queria em sua tenda, pois seu mundinho pequeno jamais compreenderia uma mente que se expandira até aos confins do universo e mais ainda, como uma mente puramente material iria amar e comprender uma mente puramente espiritual?
Certo ano a Ordem de Melquisedeque combinou uma Grande Assembleia nos arredores de Abu Dhabi e por lá se encontraram os dois irmãos de sangue e de Ordem.
Al Aziz sempre dissimulado, falando rasteiramente, disfarçadamente, como se enganasse a um Sábio e nem percebendo que este mesmo Sábio lia sua mente e seus pensamentos, “olá meu irmão, tudo bem?”. “Eu quem vos pergunto mano Al Aziz! Você se sente bem assim como se comporta?”
“Como assim meu irmão Al Ammar?” “Com esta dissimulação e esta permanente discriminação a mim! Eu só queria perguntar-lhe como você me explica ser eu, Al Ammar o único Sacerdote da Ordem de Melquisedeque no mundo, que tendo um irmão de sangue estimulado para entrar na Ordem, este entra e não o convida para a Iniciação? E tendo também o ajudado a subir os degraus do Templo não o tenha convidado para nenhuma diplomação? Mas eu somente pergunto, não necessito de respostas!”
“Mas meu irmão Al Ammar, como pode fazer uma pergunta sem querer uma resposta?”
“Há perguntas amado irmão Al Aziz que não necessitam respostas! Necessitam apenas que o outro fique com elas por dentro, passeando como aves de rapina sobre o deserto de sua alma, para que ele se avalie e tome consciência de si! Mas deve ser rápido na avaliação, pois as aves de rapina não perdem tempo e se não houver presas, podem levar em sua voracidade a alma do deserto também!”
Se Al Aziz tomou ou não consciência fica por conta dele, mesmo sabendo que o Altíssimo não dá asas a escorpiões, porém Al Ammar ainda tem muitas outras ensinanças para nos contar e orientar a direção de nossas vidas! O Altíssimo dá aos Grandes Mestres o frescor da brisa dos Oásis!

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