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terça-feira, 1 de outubro de 2019

Conto ausente

Desfez-se, desfiou-se, cobriu-se de uma túnica descolorida, destecendo-se com uma pinça de ouro, caminhando com sua pesada bota por todas aquelas tramas envolvidas da planta dos pés às raízes dos cabelos!
Todas aquelas fontes sem água e sem vida onde se exauriu bebendo as últimas gotas que pingaram em cada ancoradouro do seu deserto sobre os esqueletos de suas tendas de couro e de seus camelos!
Buscou pelas chamas ardentes do fogo permanente, do grande infinito, do sumo do verdadeiro amor; como aqueles que no fim do ano vão se desligando de todas as suas bugigangas, vão lançando ao longo da planície junto aos gravetos dos pedaços de suas bagatelas,seus rascunhos de dor.
Escutou o mundo passeando lá fora. Escreveu banhados ao suor, os versos de seu galante soneto para a amada distante a quem adora e deixou-o voar pelas janelas!
Um soneto alado está suspenso no ar! Única testemunha anônima remanescente de um amor duradouro! Esqueceu-se de assinar o soneto!

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