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sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Vc 71


Diga-me agora Cupido por onde ela anda,
ou não lhe considero mais me mito
e sua seta de amor escondo atrás daquela
pedra lá fora!
Como uma sombra nascendo de um cinza leve
e se tingindo gradativa, se agigantando
e se contorcendo em sua imensa penumbra,
quem sabe ela venha surgindo lânguida,
embebendo a tarde com sua imensidão,
enchendo de copas suas ramagens
por todos os cantos para acolher os pardais
esvoaçantes em busca de um abrigo!
Quem sabe ela venha silenciosa como a noite
já cantando seus madrigais,
venha me cobrindo com seus encantos  e também
venha seu néctar de amor dentro de seu corpo
em forma atraente de moringa  
onde me debruço a beber nesta fonte!
Diga-me agora Cupido por onde ela anda,
ou não lhe considero mais me mito
e sua seta de amor escondo atrás daquela
pedra lá fora!
Quem sabe ela venha,
nem que seja esvoaçando pela
plena escuridão das ruas sinuosas,
desfilando no silêncio profundo e tudo o mais.
Esteja eu ébrio, enquanto aos tropeços a destile!
Amanhecerei como um menino travesso
ou como um broto de alfazema!
Guardarei meu destino bem traçado
por tua presença chegando na noite passada!
Nossos corpos serão tragados pelos
nossos vai e vem traçados que deixarão
suas matizes jogando as cartas sobre
nossas mesas mostrando nossa sorte bem erguida!
Assim, todos os nossos dias terão suas luzes
para alumbrar nossas retinas, ou para nos
apresentar um convés que atravesse como uma
barca a nossa vida com mais sentido e aventura.

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