Enquanto ela deslizava com
ar de pantera
suas unhas em mágica
derradeira sobre meus ombros,
o colorido do dia se
deslocava aos tombos
percorrendo as horas em
cachoeira com
matizes perfumadas de
begônia.
Uma brisa assaz saliente,de
alteza balsâmica
ensaiava sua pura
artimanha;
rondava meu vulto em clarões
na insônia,
pelas noites longas de seus
palpáveis seios
voavam meus pensamentos
saltitando!
Seus compassados movimentos
pelos labirintos
e meandros da minha
consciência, perambulavam com
o tálamo de seu vulto
flutuante, envolvendo-me
em seus cabelos esvoaçando
pela
réstia desta fausta
vontade; mesa farta das mais
ricas oferendas dos
prazerosos momentos!
Passo a passo casual com
as mãos em
feixe em suas madeixas, traço itinerários carinhos,
mas seguindo um compasso
egrégio na
essência hidratada de
açucena, cinamomo e hortênsia
do seu ser, o mais amado
que já tive.
Atrativo sortilégio, com a
experiência de um adepto,
com a inocência imprudente
de um morador apaixonado do
palácio deslumbrante erigido no oásis dos seus contornos,
ao não ter janelas nem
horizontes, ao não possuir estrada,
nem pontes, me arrisco em
um salto fulgurante!
Voo além de seus cachos, desato seus colchetes,
embriago sua voz,
lançando minha única cartada dividida
entre a vontade e o após,
aquele caminhar infinito
por cada cantinho
encontrado, por cada curvinha surgida,
envolto na eternidade de
cada instante.
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