Através do meu astrolábio miro seu
olhar.
Como um dançarino cigano ele
volteia, dança, ondula em uma onda do mar.
Como um colibri
instantâneo ele se torna inquieto, mas de uma inquietude serena, tão suave ao
ponto de trazer o mais longe para mais perto.
Como um sábio concentrado
ele se torna unívoco olhar. Doçura que encanta. Brandura que acalenta. Um passo
a mais seria mais que um olhar. Mas não seria interessante, pois
assim tão fixo em mim, ele
se torna um gigante.
Surge expectante como um
luar. Olhar que desperta o que há por trás das aparências.
Olhar que recupera as mais
distantes reminiscências.
Passeia além do rosto até
penetrar no infinito da minha observação.
Leva e trás com ele o
sonido de uma canção. Olhar de despertar todo o bem que se há de sentir.
Olhar que recupera o que
foi perdido.
Olhar de chegar sem
partir.
Olhar cujo brilho me
acompanha em cada lugar.
Olhar que recupera nossa
memória.
Olhar que não será
esquecido porque não é olhar perdido.
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