Como todo poeta que se preza e se cuida
eu tenho dois céus.
Como um bom jardineiro sei cuidar de
todos os dois.
Tenho um céu noturno que ofusca da
minha janela telescópica para a noite.
Tenho um céu permanente em minha
macroscópica mente onde você é toda
a estrela que brilha por ele o dia inteiro.
Eu posso estar silente e mudo que você
conversa comigo no meu infinito interior.
Eu posso estar andando às claras pela rua
e levar você escondida, embrulhada em
papel de presente para a festa do meu viver.
Lá fora há um ruído permanente dos carros
e da correria de todos, mas dentro de mim
há uma canção encantando todo meu ser,
fluindo nas cordas de ouro de um bandolim,
andando pelo mundo movimentado à luz solar,
debruçado sobre seu corpo em minha madrugada
infinita, tecida pelo sorriso da sua presença espetacular.
Andamos por aí e vemos quem pensa ter tudo,
sem saber que pode ter alguém que nada diz,
no entanto carrego a assinatura do homem feliz,
pois por dentro seu mundo é forrado de veludo.
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