Clarisse do alto da torre daquele castelo medieval contempla as pradarias distantes e as rotas por onde os Cavaleiros da Távola Redonda continuam a passar através de suas ensinanças lançadas oralmente a outros Cavaleiros. Seu olhar se perde junto à direção das nuvens ligeiras como uma seta precisa, cuja precisão é não encontrar alvo algum. Assim ela observa as imensidões de colinas azuis e para além delas os reinos com todos os seus senhores e vassalos, com seus mestres sob a orientação de Merlin em sua sabedoria vinda da Suprema Escola da Sabedoria Universal.
“Clarisse, vem almoçar, minha filha!” Ela se apressa a descer
as escadas de pedras lapidadas por construtores instruídos em suas guildas
centenárias ou corporações de ofício. Percorre todo o caminho como alguém que traça
um brilhante curso sob cada passo aos seus pés, sob o tapete da distância até a
sala de almoço; por baixo de toda a caminhada traça outro percurso muito mais
interessante, porém não percebível, assim ela se senta diante da suntuosa mesa
repleta de iguarias.
Em silêncio, Clarisse diz tudo naquele instante e transcende
todos os significantes do seu álbum ao mirar uma taça brilhante com água
límpida à direita dos talheres de prata. Desta forma ela abre as janelas de
seus olhos para o infinito, indo além daquelas fronteiras anteriores do alto da
torre, quando levanta uma colher de prata e vê seu rosto atravessar sua
superfície, mas necessita almoçar.
Daqui a pouco o carro vem buscá-la para levá-la à escola,
pois cursa o ensino médio e sua intenção é estudar Psicologia. Pensa consigo
mesmo, “que eu seja Clarisse, mas não posso agora ir totalmente além do espelho
reluzente desta prata, pois preciso ser uma bailarina expert e saber dançar
entre meu diário e minha vida diária...aliás mamãe nem pode perceber....”
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