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quinta-feira, 15 de julho de 2021

Poema do encantamento

Poesia, minha pedrinha mágica que

caiu no lago flácido de minha alma,

fazendo ondas angelicais se abrindo

em caminhos que à noite percorro

acariciando manancias de veredas

molhadas de cinamomo e cássia,

tecidas de pingos de ouro orvalhais,

onde às vezes mergulho minhas mãos

em cachos de vindimas, em sonhos

esparzidos na planície de douradas

ramagens espigais; pois dentre todas

as mulheres para sempre serás aquela

que não desejei por vontades açoitais

dos algozes do sexo, furtadores das

estrelas cadentes espalhadas pelas

miríades de olhos erógenos corpo

afora da cabeça aos pés, como há

dezenas de retinas cintilantes nas

asas das borboletas esvoaçantes.

Poesia, porto flutuante todo tempo,

em todo canto e lugar por onde

ancoro colhendo a cada instante

o laço que capta e o lapso que me

liberta com sua presença permanente,

o seu olhar constante todo entalhado

em meu ser como um troféu arrebatado,

de forma a procurar em todas as mulheres

os teus olhos ondulados de ternura e nos

seus corpos a leveza flutuante dos teus

gestos; mas não há como encontrá-los

em todas as mulheres que passam pelas

ruas, pois entre meu olhar e o vulto delas,

sua presença se me apresenta como uma

tela cinematográfica de um mundo

muito mais além deste mundo, muito

mais profundo do que as mesmices

deste movente, impermanente mundo.

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