Sou apenas um instrumento,
sou como um
antigo piano num
canto de uma
sala onde a noite
chega na
ponta dos pés com
suas
alpargatas de surpresas,
convidando
os que se amam
para a valsa
madrugada adentro,
desvendando
os segredos da
bruma e as
tonalidades das
levezas
surgidas dos carinhos
escritos com
a doçura de plumas;
enquanto as
vestes se despem,
os corpos se
entrelaçam; dos
teclados
surgem notas musicais
em sussurros
que amaciam os
trilhos por
onde percorrem
as horas,
enquanto a melodia
se alonga no
bailado intermitente
das teclas
por todo o assoalho
Invernizado
do salão noturno;
enquanto a
ternura e o carinho
erguem
floreiros na meia luz
de um
candeeiro suspenso,
única
testemunha secular
de um amor
incrível, imenso!
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