Você 173

Princesa, sinto sua presença sempre aqui,

se me pergunta docemente aqui donde?

Na rima serena é aqui quando te percebi,

sempre aqui, sim, constante se esconde!

 

Quando pensando tão ternamente em ti,

com certeza me perguntará, até quando?

Na rima se pensando em ti sempre te vi,

pois em ti meu pensamento se esconde!

 

Assim neste jogo infinito, neste vai e vem

sinto teu balanço, és pétala em balancim

bailando na mente você sempre em mim! 

As nuvens do meu pensar só pensam em ti,

quimera serena só quem sabe viver assim,

borboleta vivendo plena em nosso jardim!

Você 172

Tanto perfeita, sublime simetria de mulher

que todas as outras de ti não tem um tanto!

Deusa da harmonia escute agora o meu canto,

não há no mundo em sinfonia outra qualquer!

 

Toda a minha obra poética, meu divinal atelier,

nunca viu de sobra tanta estética, és no entanto

à noite, reluzente e eternal como estrela vésper;

amanhece como estrela matutina, entretanto!

 

Do reino ou paraíso celestial de onde tu vieste

nos trouxe a plenitude da beleza, uma melodia

nos embriagando com teu corpo sob a veste! 

Todo o esplendor de beatitude que trouxeste,

nos encantando com teu olhar que nos anuncia

ser portador do prazer que sempre nos deste!

Sensibilidade

Em um bosque frondoso a minha casa interna,

em cada estação inverna em um relógio pendurado

na parede da sala. É meu coração compassando

seu tic tac bem ritmado dos meus acertos e dos meus

desenganos. Mas neste estranho jogo da existência,

tipo um jogo de cartas, na parede do outro lado,

em frente o mundo me estende seu tapete para o desconhecido,

enquanto em cada parede, a da direita ou da esquerda,

em uma me vem o passado vivido, na outra o futuro pretendido;

porém o relógio suspenso na insistência de cada batida

de seu som comprimido, não me fala das horas passadas, nem daquelas

que virão, diz apenas aqui e agora é o único a viver.

Ora, há ritmo pra tudo. A realidade é a realidade mesma.

A mente é um viajante embriagado saltitando de evento para evento.

 

Você 171

Doce borboleta coisa tão linda

de todas as coisas desta vida,

não há outra mais bela ainda,

beijo-te entre asas, despida!

 

Bem antes que o dia se finda

quero teu suspiro, espairecida,

enquanto teu olhar me brinda

com toda a tua paz sentida!

 

Penso em ti ao abrir as cortinas

para ver lá fora a calma da rua.

O vento tocando minhas retinas 

Assim como é bom sussurrar

em teu corpo um carinho leve,

leve da leveza serena no ar!