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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Beleza infinita

 Penso... você chegou como um incenso de cinamomo, cássia e jasmim.

Sorriram musgos com sorrisos dançarinos, nas pedras esquecidas

dos meus muros acinzentados por costumeiras tardes perdidas.

Na milenar fonte central  do meu jardim, voltaram a passear

os sábios sefardins para trazer-me as ensinanças antigas.

Tâmaras de águas caíram em cirandinhas, candelabros bailaram

em tranças pelas nuances das brisas noturnas, quando tocados

pelas lanças dos raios solares de tua presença.

Esparziram pelo ar miríades de contas de cristais, cobrindo-me em

danças envolvidas pelas tuas meiguices vestais, solvendo-me como

avencas, envolvendo-me com teus desígnios por um colar

em lances dos solstícios  do teu convidativo olhar.

Salvando-me desta ilha de mim mesmo rodeado de mim

por todos os lados, lançando-me brindes de plenilúnios, içando minhas

âncoras perdidas no fundo do mar; soprando minhas templárias velas

atlânticas além das perfídias ventanias em rodízios.

Você veio como um anúncio ímpar de festa!

Veio assim assim como acima de tudo do que assim me resta, com teu

semblante adornado de pétalas, contornado de pólens, naquele instante

inesperado no teu pensar perfumado cerzido em carmim, como a varanda

colonial de um solar me convidando a perceber a chuva caindo em seus

beirais em manancial e os rouxinóis distantes cantando aos mil sóis seus cantares apaixonados.

Assim você chegou em passos de diamantes e se adentrou em forma de ninfa no bosque

de minha inspiração; violino que tocou no meu coração de menino uma canção que

suavizou o meu destino. Você chegou com a maciez de uma ave de veraneio que risca o céu

a voar, mas não deixa cicatrizes no ar. Você veio como um horizonte no entremeio de

outro horizonte a delinear, porque são infinitos os horizontes, dependendo de quando cada

um esteja onde, você veio infinitamente para ficar


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