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domingo, 20 de janeiro de 2019

A garra da noite


Como uma sombra nascendo
de um cinza leve e se tingindo
gradativa, se agigantando e
se contorcendo em sua imensa
alfombra, lânguida surgindo,
embebendo sua imensidão,
cai a tarde estendendo suas
ramagens por todos os cantos
e quem a segura enquanto
está caindo? Quem responde?
Vem silenciosa a noite
já cantando seus madrigais,
vem se cobrindo com seus mantos
e também vem aos poucos
com seu silêncio de cais,
com sua estranha e gélida fonte!
Somente na plena escuridão
das ruas sinuosas desfilam
o silêncio profundo e tudo o mais,
os ébrios enquanto os tropeços
os destilam, as mulheres da pagaria
não levando seus beijos para
o vazio sem vida de seus endereços!
Depois chega outro dia
amanhecendo como um menino
Travesso ou como um broto de
alfazema e quem diria dos
acontecimentos sem destino
bem traçado de cada alma ao
avesso chegando da noite passada!
Uns pelos copos tragados,
outros pelos corpos traçados,
todos eles em suas cicatrizes
jogaram as cartas sobre as mesas,
ou dos bares ou dos cabarés,
e com elas a sorte mal traçada!
Terá o dia com sua luz as matizes
para alumbrar suas tristezas,
ou para lhes apresentar um convés
que atravesse como uma barca
desde o cinza da tarde até a noite
assombrada e jogue suas âncoras
no porto do novo dia para
para tornar a vida mais farta?

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