Poema da fascinação

Do seu olhar de sereia surgia um raio
de luz e seus glóbulos ofuscavam
sibilos serpentários adentrando pelos
suspiros da penumbra, espécie de galanto
invicto da areia insípida; tipo arcabuz
ribelanto ostentando um brinde heróico!
Seta invencível do Deus Cupido, guardada
na freqüência do respiradouro estóico
na paixão imprescindível, com resquícios
de nuvens prateadas e sismos ígneos,
oriundos dos aros seqüenciais por onde
atravessava a seta sexual de Ulisses em suas
noites nupciais e com seus guizos e grunhidos
faziam ranhuras no ar, em cujo centro estava seu fulcro.
Olhar girandesco em forma de fuso a fiar,
lembrança cujo fascínio é da beleza irmã autógena,
traduz em sua força impressa e pulsação de dança,
malha de doces encantos, ancoradouro encena
estranhos arabescos, que quanto mais se trança,
muito mais do que se pensa desamarra meus prantos!