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domingo, 20 de janeiro de 2019

Eternidade


Enquanto ela soltava com ar de leveza
sobre seus ombros sua longa cabeleira,
o colorido do dia se deslocava aos
tombos percorrendo as horas em
cachoeira com matizes de begônia.
Uma brisa assaz, saliente, de alteza
balsâmica ensaiava sua pura artimanha;
rondava meu vulto em dança na insônia,
pelas noites longas de sua alcova,
voavam meus pensamentos saltitando
com seus pesados tamancos pelos
labirintos e meandros da consciência,
sonhando com o tálamo de seu sono
flutuante, envolto em seus cabelos,
réstia de fausta vontade, quitandeira
das mais ricas oferendas dos prazerosos
momentos de segunda a segunda feira.
Passo a passo casual com as mãos em feixe
em suas madeixas, itinerários movimentos,
mas seguindo um compasso egrégio na
essência hidratada de açucena, cinamomo
e hortênsia, atrativo sortilégio, com a experiência
de um adepto, com a inocência imprudente
de um morador de casamata, ao não ter janelas
nem horizontes, ao não possuir estrada, nem pontes,
se arrisca em um salto fulgurante, além de seus
cachos, desatar seus colchetes, embriagada voz,
lançando sua única cartada dividida entre a vontade
e o após, aquele caminhar infinito por cada beco
enfileirado, por cada ruela distante, por cada despedida
de volta, envolto na cabeleira naquele instante.

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