Poema a Verconda

Poetisa Verconda, a face do
seu espelho é a face da 
própria poesia!
Seus olhos são como
as torres das catedrais
e jorram poemas pelo
ar desde os primeiros
segundos matinais,
como os sinos magistrais
preenchem os espaços
das cidades interioranas,
das flores em seus canteiros,
das praças e dos abraços,
dos amores em mananciais
transbordando pelas montanhas,
reluzindo pelas ladeiras!
Versos que me palpitam
uma saudade infinita
daqueles tempos joviais!
Versos que me indicam
uma cidade de um tempo
tão lindo que só eles refazem!
Somente você Verconda,
você escreve e quando,
quando escreve me lembra
da bondade do Padre Amando!
Somente você Verconda,
seu poema é mais que um tanto
daquele Colégio de Calçado
lá no canto, agora lembrado
em meu pranto!
Somente você Verconda me
lembra os madrigais do
João Pimentel!
Me lembra de Dona Albertina
e seu Luizão!
Me lembra este povo tão
bom, somente você Verconda!
Você é um pouco do céu!
Somente você me lembra
de Dona Ivonildes e Epaminondas!
Da cidadezinha sempre
em pé, para festejar a Rainha
ou louvar São José!
Você não me deixa esquecer
o sorriso doce do Crissaf
ou as estórias do Seu Semim!
Não teria graça se minha
vida passasse
sem recordar o velho Daude,
porque aí a Fonte é Boa!
Fonte de todas as gentes
onde somos todos parentes!
Somente seus versos Verconda
me lembram as festas populares
da minha cidade querida,
me trazem pessoas e lugares,
recordam-me coisas da vida!
Foi o tempo, foi, enfim,
deveria começar assim,
era uma vez, era uma vez
uma cidade jardim, um pomar
de felicidade, nossa mãe Dona Mercês!
Nosso refúgio, nossa cidade
diluída na lembrança, agora
iluminada nesta homenagem
a você Verconda; sua obra é
o espelho da paisagem que
faz minha alma criança
sorrir com sabor de lembrança!