Realidade

Uma grande parte engoliu um pen drive,
poucos compuseram sua própria canção.
O que vejo por aí é “for yourself to live”.
Onde fica o amor e nossa alma então?
Pressinto assim muitos seres dormindo
e percebo que poucos estão acordados.
Muitos estão caindo em sono profundo,
poucos são presentes, livres, despertos.
Tem gente chegando, porém, estão indo!
Tem gente indo, muitos estão ancorados!
Para conhecer bem, sentindo este mundo
é bom ter a mente, os olhos muito abertos!
Pode haver um insano que esteja sorrindo,
pode acontecer choros bem programados!

El bailarín

El tiempo pasa y la gente no lo percibe pasar. Y pasa más ligero que pasan las nubes en el cielo y aún más ligero que las formas que estas nubes hacen en el cielo. Y nadie ni siquiera sabe quién es el verdadero bailarín.

Así es el poema que quiero poner mañana en las calles, pero yo no soy dueño de las mañanas y ni sé siquiera si mañana estará delante de mí con el ropaje de su tiempo, pues como dijo que el tiempo pasa, es verdad que él también pasa más rápido que las ropas con las que cada mañana se viste por la eternidad.
Ayer mismo alguien me dijo que el tiempo pasa y él se fue sin siquiera percibir que todo aquello que estaba presente, hoy ya se encuentra en la cueva akástica de la memoria temporal y nada más se presenta ahora como estaba ayer, ni siquiera aquellos árboles sombríos o aquellos pájaros que flotan como bailarines borrachos en una taberna.
Me gustaría decir lo contrario, como por ejemplo no es el tiempo quien pasa y sí somos nosotros y todo lo que existe que va pasando y repasando en la danza de la rueda infinita de shiva; pero si dijese esto, me quedaré engañando a mí mismo, o sea lo que sea, me haría de tonto; porque el tiempo pasa. Él pasa como el viento, pero como un viento que modifica permanentemente todas las frecuencias de todo lo que existe, de modo que nada permanece como es o donde está. Sí, el tiempo pasa, pues él es quien toca en el teclado cósmico y modifica el ritimo y la frecuencia de todas las cosas. El tiempo pasa, pero por increíble que parezca él es el único que permanece, pues el tiempo no envejece.

Oh! Deus!

Se Deus criou o mundo do nada e
para mim o mundo é tudo, infinito
mundo! Fico mudo só em pensar
o que para Deus seria um tudo!
Por isto Deus é o meu Escudo!

Poesia e Carnaval

Veja em termos de conjunto, evolução
com a presente impecável harmonia,
é assim como gira o poema em canção
na bela dança permanente da poesia!
Em termos de alegorias e adereços,
são as estrofes unidas de cada verso,
os carros chefes, viva os seus berços!
Veja em termos da grandeza do enredo,
está na inspiração a força do segredo!
Se o samba enredo não perde a beleza,
mensagem do verso encontra grandeza!
Enquanto porta bandeira e mestre sala
nos brindam a graça em seu rico bailado,
o poeta dançarino no bailar lúdico da fala
convida o super sensível como nosso aliado!
Veja em termos da riqueza, dom da bateria
com a percussão de grandiosa orquestra,
encontramos na sutileza de cada poesia,
anfitriã enfeitando o universo em festa!

Língua Pátria

Desocultando mistérios rendados de recursos gramaticais,
estaleiros de sonetos, férteis sementes, estrofes capitulares!
Além de minha casa, meu coração, minha alma em verdade,
língua portuguesa, princípio, meio, fim, minha eternidade!
Meu sangue cristalino corre tão contente em minhas veias,
banha-me nos caudalosos e pungentes ribeiros lusitanos.
Respiro um ar puro com alfazemas douradas pelas aldeias,
encantando totalmente as manhãs e amanhecendo os anos!
Pelo contexto manancial da legenda língua portuguesa,
viajo sonhos cavalgando, bordando arejado sentimento;
ramagens de videmas com agulhas cirzindo à framboesa,
louvado para sempre nosso verbo eterno, cristal realengo!
Verdejantes campos que bordeiam suas cifradas margens,
penteadeira por onde tecem, lindas se ornam nossas falas!
Subseqüentes terras, infinitas com brunidoras linguagens,
violáceas trepadeiras que se entrelaçam amorosas ao vento;
graças te dou minha querida língua pelo que me embalas!
Quando acarinha a superfície com brilhos cândidos, radiais,
doiradouros fonemas, banquetes em frases e taças lunares!
Pátria língua, insuperável distribuindo régios sons neviscais,
cânticos em orvalhos de palavras , louvores espetaculares!

Deslumbramento

Ela me surpreende e me sublima!
Seu cale fino, aparentemente frágil
equinócio, surge em dócil esgrima;
assim o jardim em cores nos louva.
Por mais eu admire esta linda rosa
somente a rosa, dúctil, serenamente
me olha, espia, me ausculta, interroga
por minha pressa, este correr na vida;
sendo tudo tão belo, flácido, festivo,
cada canto do mundo exala um buquê.
Percebo do seu colorido e belo closet,
assim também esta singela flor me vê
com um convite e lição de como ser feliz.
A beleza está a um palmo do nosso nariz!