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sábado, 13 de julho de 2019

Conto do reencontro

Era tão grande nossa imensa amizade...Viver longe dela somente um minuto seria suportar o golpe de um surto. Meu corpo vazio ficou do tipo de uma triste cidade onde não há taças de cristais nem vinho puro... Da mesma forma no final de um pavio se apaga a chama, ou no fim da festa se vão tristonhos os comensais... Assim se ausenta a sentinela de cada sua torre erguida com sonhos e esmero, pálido se definhou meu desespero em dez anos de ausência; enquanto por meu espanto vivi o branco de sua distante ausência e não sabia encontrar sua presença nas ruas por onde andava, nos bares por onde sorvia a noturna madrugada, em cada janela abrindo seu rosto ao meu desamparo... Em cada porta fechando ao seu vulto... Em cada lugar refletia somente a presença do nada! E agora faz dez anos e dez anos são dez vezes mais todos os meus desenganos; todos os lenços pendurados no varal dos meus prantos! Anos inteiros com seus vorazes e devoradores meses! Agora me surpreendo do encanto deste solene encontro, onde não consigo sequer falar um tantinho do tamanho da saudade, desde o dia daquela inesperada e triste partida da minha mente, tão linda Penélope era seu vulto filosófico de mulher grega e sábia! Não tenho outra coisa a fazer, a não ser derramar minha vida como um menino, por cada rua, esquina e praça da cidade e talvez assim com a alma enlouquecida, poderei chorar vazio de palavras para o repentino encontro, quando bobo de mim cairei sob seu olhar, meio tolo e tonto! Não atravessarei mais a seta no aro desta vez, apenas meu corpo retesará ao inverso seu arco inflexionado com a luz do teu olhar atravessando minha alma por inteiro, como um Ulisses sem nenhum disfarce.

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