Que me
importa se o mundo
amanhece com
tantas notícias?
Que me
importa se os carros
atravessam as
avenidas com
com seus
ruídos?
Que me
importa se descem
águas de
chuveiros, pois alguns
também se
levantaram cedo,
mas despertam
sem o fogo
esplendor de
uma musa,
porque
balbuciam canções mudas.
Que me
importa se os toques
de alguns
celulares são tantos
e disputam com
os passarinhos seus
primeiros cantos!
Para que
tantos passos nas ruas
se você me
desperta, pois percebe
que minha
alma tem sempre uma
janela aberta
para receber o brilho
de sua
presença.
Só sei que
te amo infinitamente.
Nesta
madrugada o vento movimenta
as folhagens
úmidas das árvores,
talvez por
aparentarem corpos femininos...
Dizem por aí
que o vento é másculo,
levanta a
saia das mulheres e
tenta despentear
suas cabelos,
entranhar-se
em seus enredos....
Mas isto
seja o que me importa,
aprender com
ele a lição,
conhecer o
ensaio desta dança
de não
deixar-se ausente e ser
pleno de
atenção.
Talvez ele
pensa que são as
árvores que
passam por ele,
como bailarinas
do ventre
dançam em
movimentos andaluzes.
Penetro
nesta madrugada,
por mais
rápida seja, ela é
mais profunda
que a noite
por onde
atravessei como
um pirata
dos mares.
Por eles
também as sereias
se apaixonam
e serpentinam
chuvas de
fetiches ante seus barcos.
Meus beijos também
serão orvalhos
que cairão suaves
sobre o amanhecer de sua tez.
Importa-me
que eu a tenho em meus
braços, eles
são nossas raízes que se
encravam em
nossos dorsos,
onde as
unham deixam o carimbo
de uma
paixão jamais esquecida.
Embora não
possa abraçar as
últimas estrelas,
sinto-me feliz, pois
amá-la vale
mais que tê-las.
Subimos
pelas paredes e caminhamos
embriagados pelo
teto.
Ninguém
jamais saberá de tantos carinhos
nem um
terço.
Caminhamos
assim em volta do balaustre,
porque nos
viramos do
avesso na
profundidade de cada afeto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário