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terça-feira, 8 de outubro de 2019

VC 63


Quem finalmente soprou aéreo meu poema alado
que havia colocado preso no meu varal a quarar?
Não premeditou por ventura tendo ele rondado
todas as casas do mundo deixou um mimo solar?

Uma íris radiosa de mônada vi nele impregnado,
enquanto balançava ao sol não me deixava isolar!
Fetiche de uma presença impressa ao meu lado,
enquanto figurinos de tangos vinham me bailar!

Não mais pendurarei poemas em vão nos varais!
Deixarei que assim se assentem dentro de mim,
se adubem no ocaso de meus lampiões lacrimais!
Lançarei no cais a âncora com a caixa de poesias,
para que possa dormir no barco meu sono farto,
abraçado em teus seios adubados  de calmarias!

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