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domingo, 20 de janeiro de 2019

O vaso sagrado

O grande sábio Al Ammar observava atentamente sua sombra enquanto caminhava; por mais um pouco tropeçaria em uma pedra pelo caminho, quando entrecruzara com um caravaneiro cansado, arqueado e sedento, ao qual o grande mestre lhe ofereceu seu cantil para amenizar sua sede; enquanto o peregrino sorriu, “sou muito observador grande sábio e percebi o senhor mirando sua sombra, qual o motivo, está com medo dela?”. Al Ammar olhou fixamente nos olhos, “medo? Não tenho nem medo nem coragem, tenho precaução! Danço entre a linha e a agulha nas matizes dos tapetes voadores, se é que eles existam! Observava minha sombra e pensava ser ela a maior representação entre o embate da luz física e meu corpo físico e perguntava, qual a outra sombra ideal minha entre o embate da Luz Divina e de meu espírito? Percebi de imediato ser um grande desafio após o amor sobre tudo ao Eterno, meu amor ao próximo! Porém, quem é o próximo? Ele não pode ser aquele imaginário de minhas orações, é este do cotidiano, este das marés idas e vindas das ruas, dos negócios, do trabalho, da vizinhança e vai mais além de todas os conceitos e idéias tidas de quaisquer seres humanos do planeta; porém, a preocupação maior está com este do contato dia a dia, ombro a ombro, cujas lutas internas entre conceitos e pré(conceitos) devo vencer a cada momento. No entanto não é este ainda meu maior desafio a vencer. Há um próximo interno bem mais pertinho de mim que sou eu mesmo! Este se não for vencido, não será possível vencer os entraves que impedem o amor aos outros próximos também feitos à minha imagem e semelhança como somos todos feitos à imagem e semelhança do Eterno. Sinto que há necessidade de cuidar de meus olhos. Eles captam primeiramente a grande natureza, logo depois perceberão cada detalhe como um arbusto, um cão atravessando a rua, um abutre voando no céu, a nuvem branca com formato de colcha de algodão, etc Há este nobre desafio, desviar este olhar para o meu todo especial, para o que eu quero como sendo só meu, para o cuidado esmerilhado com a imagem que fazem de mim, com o que me criticam e mergulhar a fada da menina dos meus olhos dentro do grande lago de minha alma e deixá-la mergulhar bem ao fundo para que possa saber quem sou eu mesmo, isto é, quem é este estrangeiro, este desconhecido próximo dentro de mim mesmo? O dia que conseguir conhecer todos os detalhes deste próximo, descobrirei que uma fagulha do Eterno brilha em meu interior. Esta chispa pequenina terá a força suficiente para amar com toda a potência do meu ser a todas as criaturas humanas. Esta sombra do meu corpo físico não me acompanhava por esta estrada, mas eu a acompanhava para ver até onde ela me conduziria e ao me desviar meu olhar para sua dança, ela permitiu-me refletir sobre mim mesmo! Não há desafio maior do que este: conhecer-se a si mesmo! Se nós dermos um salto em falso por cima de nós mesmos para amarmos nosso próximo, nós vamos apenas soterrá-lo! Se quiser pode levar o cantil de água, pois já estou quase chegando a uma tenda amiga!” “Obrigado mestre, o senhor dissipou-me a sede física, mas vou com outra sede cujo cantil está dentro de mim mesmo! Só eu mesmo posso beber de sua água!” Sempre um encontro com Al Ammar é sobrenatural!

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