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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

A esperança e a fé

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Al Ammar estava em silêncio, sentado à beira do cais, lendo a Rubaiyat de Omar Khayyam, que além de poeta, foi matemático e astrônomo. As águas batiam às muretas do cais como se fossem estrofes permanentes cantando versos que se evaporavam ao infinito róseo da bela tarde a descer sobre a Medina. Vez ou outra algum albatroz desenhava arcos velozes em frente à mudez da Alcácer.
Neste momento chega um marinheiro de última hora, com seu olhar de almogávar trazendo um rolo de cordas para atracagem de alguns dhows, olhando além do cais com se fosse um almotacé do tempo “olá Grande Sábio, sempre lendo! Vim para atar com mais seguranças algumas embarcações, pois pelo que parece vem um grande temporal e a esperança é a última que morre!”.
“Quem vos disse que a esperança é a última que morre? Amado, a esperança é a única que não morre! A esperança é irmã maior da fé inabalável! Quem espera confia! Confiança tem a ver com estar junto com os fios que não se desatam! Fé é fiar, juntar um fio ao outro e construir um manto sacerdotal para se proteger contra todos os males! Da mesma forma que esta vossa corda é feita de fios entrelaçados que não se desunem e juntos seguram as embarcações para que não se destrocem nas procelas violentas, também assim é a esperança, a confiança! Juntamos todos os fios de nossas orações e fiamos nossas vestes, nossas tendas, nosso destino! A esperança é a única que não morre! Lembre-se, seu nome é Almir, significa nobre e famoso e estou lendo Omar, aquele de vida longa!” O marinheiro olhou a tempestade a vir e o semblante do velho Sábio. Na paz do seu semblante amarrou cada embarcação, agradeceu ao ensinamento e foi para sua tenda tranqüilo como uma criança no berço de um Gran Vizir!

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