Poemas e contos contribuem para a recuperação de nosso ser, viajando pelos nossos mitos e arquétipos, pelas lendas, pelas aventuras de nossa essência através das dunas do tempo.
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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019
Cadê você Rio Doce?
Rio que não é mais doce! Vida amarga!
Peixes que pulam em busca de oxigênio!
Apunhalaram sua alma com brutal adaga!
Veia serpentina de cinzas e arsênico!
Peixes ensaiando a dança do adeus.
Trapezistas macabros nas margens,
corpos cobertos de chumbo e mercúrio!
Rio retorcido de insuportáveis dores!
Rio que não é mais doce, murmúrio,
ruído deslizando com mortes e entulhos!
Corredor de lágrimas escuras,pedregulhos,
borbulhas de lama agitando cinzentas borrascas,
tungstênio que se extingue com chamas de barro!
Estapeadas em cada canto tristonhas carcaças.
Esquifes de escombros presos em redemoinhos
algemados a mananciais de espantos e assombros!
Adeus doce rio da minha longínqua lembrança.
Incognoscível no passado com seu arquétipo latente!
Seu cortejo passa com uma música de fundo,
com uma canção sem rumo, cor de prata ausente
do seu antigo burburinho de águas cristalinas,
de seu dorso limpinho e leito profundo!
Rio Doce que vinha das colinas,
Rio que vinha de doces nascentes,
Rio que vinha de Minas,
Rio que refletia o sol poente!
Hoje Rio de manguezais da podridão!
Sem redemoinhos tangendo violinos!
Convido agora a toda gente,
que toquem todos os sinos,
para uma fúnebre canção:
Adeus doce Rio, adeus Rio Doce!
Adeus Rio que não é mais doce!
Cadê você Rio Doce?
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