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terça-feira, 30 de abril de 2019

Soneto maternal

Diante do corpo imóvel do seu filhinho
inerte, insensível e mudo sobre o berço,
aquela mãe reza murmurando baixinho
lágrimas caídas nas contas de um terço.

Quem imagina, ontem, bem pouquinho,
sua moradia era feliz, florida e aquecida,
enquanto brincava seu amado menininho,
cantava, sorria, pulava e brindava a vida!

Como explicar neste mundo triste cena,
em silêncio aquele inanimado corpinho,
um anjinho bom dormindo seu sono final!

No coração atravessa uma dor, que pena!
Enquanto em um movimento devagarzinho
chora uma gangorra no fundo do quintal!

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Amor

Resultado de imagem para esboço de um mendigo e um cão

Um mendigo e um cão
viviam sobre uma calçada.
As pessoas diziam: não!
Isto é uma palhaçada!
Se ele não tem um pão,
por que esta fera cansada?
O mendigo abraçando o cão,
disse: não tenho nada!
Apenas abri meu coração
a uma criatura abandonada!

domingo, 28 de abril de 2019

Soneto Divino

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Ó Eterno como é bom a gente acordar
com esta vontade de abraçar este dia!
Mas Ó Eterno, quanta paz e tanta alegria
sentir este universo que estás a bordar!
Ó Eterno abençoe meus caminhos e passos
de forma que alcance o amor e a verdade!
Que eu seja um habitante desta cidade,
distribuindo sorrisos, embalando abraços!
Vivendo plenamente em sua eternidade,
no semblante radioso deste momento,
seja em mim ou tudo que esteja fora!
Que tenha permanentemente serenidade
e nada atinja ou confunda meu pensamento,
ao viver com sabedoria este aqui e agora!

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Meu povo

Sou poeta do povo sofrido, do que busca na periferia 
a resposta para o verdadeiro sentido do sofrimento e 
da ausência daquele sofrido grito de liberdade, igualdade e presença! 
Sou poeta do povo banido e busco no olhar de cada um esquecido, 
com o tintilar de minha retina, que estou de olho, estou presente em cada esquina! 
Olha minha gente, estou de olho! Eu sou aquele poeta lúcido do horizonte do seu tempo! 
Olha minha gente, meu coração está a saltitar, não está de molho!

terça-feira, 23 de abril de 2019

Fascismo não!

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Não há mais ingressos para shows! O único show é de um ditador fascista dando pulinhos histéricos e risadas hiênicas diante das redes sociais! Um tsunami de censura varreu o mundo. Devoraram todos os livros de todas as bibliotecas. A onda do fascismo chegou como uma noite escura. Até os chamados “on line” foram-se às traças! Sumiram também todos os papéis e suas fábricas! Lápis, canetas, tintas, pincéis... Assim não há mais pinturas nem telas. Não, filmes, vídeos, postagens, sloogans, propagandas (somente as fascistas), pichações, nada disto mais. As primeiras a serem apagadas foram os filmes pornôs (prenderam todos estes artistas, menos um que se escondeu em uma urna), as obscenas de banheiros públicos e não há mais um romântico que consiga arrancar do peito um tímida frase de galanteio! Um vírus solto no ar deu conta disto tudo, enquanto outro invadiu todos os computadores. Não há mais o que escrever, postar, declamar, filmar, pintar, dançar, enfim todas as artes foram abolidas por decreto fascista! Enfim, se a terra é plana, se as leis de Newton, Einstein, a Física Quântica, se toda Ditadura é democrática e as ciências são banais, de que servirão livros, notícias, postagens, filmagens, jornais? Neste momento o poeta pula da cama assustado e pensando, “foi um pesadelo!” Vai ao seu quarto de escritório, “pesadelo coisa nenhuma, derreteram também meu computador!”. Corre para o banheiro, “o vírus também comeu o rolo de papel higiênico?”. Lá fora está uma gritaria imensa. O povo entrou em revolução. Pegaram o ditador pelo seu calcanhar de Aquiles! Sem papel higiênico minha gente, abaixo o fascismo!

sábado, 20 de abril de 2019

Menestrel

(dedicado ao cantor GERSON LANO)
Tu cantas tão afinado como um rouxinol,
teu canto se esvai pelo espaço com o
brilho colorido das flores ao sol
perfumando as manhãs e adornando
os céus, contornando as nuvens e
anunciando um novo amanhecer

Tem um passarinho cantor dentro do
teu coração, tem um ninho de canções
brotando de tua alma então, então, então....

Tu cantas como um homem apaixonado
que amava tanto uma mulher, amava tanto
que quando andava por cada lado, cada canto,
via sobre sua sombra uma sombra sombreando
um vulto de mulher amada acompanhando seus
passos, dançando no movimento de seus pés e braços.

Tem um passarinho cantor dentro do
teu coração, tem um ninho de canções
brotando de tua alma então, então, então....

Teu canto encherá de vida e encanto todas as casas,
ele será cantado pelas ruas, pelos campos e horizontes,
teu canto fará com que os amantes encontrem asas
para aos beijos e sussurros construírem suas pontes
para que o amor seja eterno, duradouro e perfeito,
teu canto recuperará toda aquela paixão presa no peito.

Tem um passarinho cantor dentro do
teu coração, tem um ninho de canções
brotando de tua alma então, então, então....



Anjo menino


Então, no dia em que nasci, na pureza em que vim aqui,
um terço de mim era ainda embrião de tudo de bom
que na vida não escrevi. Outros dois terços de bom,
contas de palavras, sons, não são em vão e são bons ao
dedilhar, apenas tentando encontrar em mim o que perdi.
Malabarista, hoje me viro ao avesso, eu te peço nestes últimos
dois terços que escrevo em cada verso, que venha tecer com
teu olhar a doçura do outro um terço que não consegui
de jeito nenhum pelo reino da palavra na vida encontrar.

Dance comigo

Bata poeta na caixa de fósforos a música da tua poesia.
Bata poeta na caixa de fósforos para que os fósforos
acendam poemas nas almas dos homens comuns!
Bata poeta na caixa de fósforos a cadência da tua poesia.
Bata poeta na caixa de fósforos para que os fósforos
iluminem a igualdade a partir da manhã de cada dia!
Bata poeta na caixa de fósforos a rima da tua poesia.
Bata poeta na caixa de fósforos para que os fósforos
iluminem a tristeza com a chama da divina alegria.
Bata poeta na caixa de fósforos com ritmo e harmonia.
Bata poeta na caixa de fósforos para que os fósforos
incendeiem diálogos com o horizonte infinito da poesia.

terça-feira, 16 de abril de 2019

Sabedoria

Estando todos os sayids reunidos no centro da Madraçal, perguntou o nababo ao Grande Sábio Al Ammar, "As Salam Aleykom! nos fale de uma pedra, de tâmaras já sabemos!"; ao ajeitar seu turbante, o Sábio replica, "as pedras são servas do homem como casas, templos, estradas, enfeites, anéis, sua essência é servir! Só não gostam quando chamam os corações duros de corações de pedras! Elas não adornam os corações dos homens! De tâmaras vós pouco entendeis! Elas são eternas e suas sementes geram mesmo dezenas de milênios após se encontradas! São alimentos e remédios como as pedras ao forrarem nossos templos são alimentos e remédios para as nossas almas e são como sementes eternas recuperando almas doentes e corações endurecidos! As tâmaras conhecemos como Matusaléns e as pedras também! Wa Aleykon As Salam"

domingo, 14 de abril de 2019

Amor maior

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Não, não lhe mando mais flores!
Deixem que elas floresçam em seu lugar.
Mandarei apenas seus aromas que 
ao juntar ao seu perfume, incensarão
com melodias e tons a expansão do ar!
Também não lhe mostrarei mais estrelas!
Deixem que elas brilhem em seu lugar.
Mandarei apenas seus sintomas de
universos a cintilar, para juntar à bela
expressão de seu rosto de forma a adoçar
o gosto de quando estou a te mirar!
Também não mandarei mais este pombo
veloz com uma cartinha para o teu solar!
Deixem que ele em paz esteja a voar.
Mandarei meu pensamento envelopado
em uma voz: eu serei um rio a deslizar,
tu serás sempre um oceano a me esperar.

sábado, 13 de abril de 2019

O Sábio do Ser

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Sabem de uma coisa? De forma alguma Al Ammar poderia deixar de atender ao convite do Sultão Saled, não por medo de uma retaliação, de forma alguma, isto não cabe a um Sábio, mas pela grande oportunidade de dar-lhe uma resposta viva e audaciosa, pois suas perguntas eram intrigantes demais, principalmente a um facínora, déspota e ditador, aprisionador em masmorras de lágrimas à alma poética de um povo! Portanto, decidiu subir aquelas íngremes escadarias do Palácio da Almedina, cantarolando baixinho umas canções de sua etnia Alarve e dos arredores sombreados de tâmaras da Madraçal onde estudara alquimia com os maiores sábios do além Saara. O burburinho do chafariz no centro da praça parece acompanhar o compasso de sua cantiga preferida e de seu coração benfazejo, enquanto um forte vento sudoeste balança os beirais de sua túnica como atafonas ao vento, enquanto observa as altas paredes de pedras forradas de az-zullayj lãzaward. Enfim, o Sultão o recebe no alto da escadaria e já o conduz para o salão central, onde estão diversos convidados, nababos se deliciando com os manjares dos mais diversos. O Sultão Saled está com uma pergunta no seu alforje e pensa pegar desprevenido o Grande Sábio, e o Eterno o tenha em bom lugar, mas Al Ammar é o maior e mais ilustre de todos os sábios banhados pelos horizontes saarianos.
Então, Grande Al Ammar nos responda o que é o ser humano? Dos olhos inquietos do Sábio fulguram estrelas naquele momento, “ora, meu Sultão, a sua pergunta está feita errada! Não se pergunta o que é o homem, mas sim como é o homem! Se me perguntar o que é, minha resposta será objetiva, entre elas, o homem é um animal racional, o homem é portador de consciência, o homem é um ser aberto ao infinito. Como vê meu grande Sultão, a resposta será sempre de uma separação entre nós e o homem que somos nós também. Assim nós estaríamos a coisificar o homem como se estivéssemos a observá-lo à nossa frente como um objeto! Não podemos reduzir o homem a um objeto, sendo nós o observador e sendo nós o homem! Mas se me pergunta como é o homem, aí sim, podemos iniciar uma grande palestra. Pois assim nós vamos nos avaliar em quais contextos estamos e em quais contextos deveríamos estar. Assim, refletiríamos como são nossas conexões sociais, políticas, econômicas, históricas, culturais e se olharmos em nossa volta e notamos pessoas passando fome, crianças fora das Madraçais, mendigos pelas muralhas das Almedinas, uma classe subjugando, oprimindo, escravizando toda a população, vivendo em farta luxúria e pompa, enquanto o povo morre de desnutrição; se percebemos que os frutos do trabalho humano não são divididos com os trabalhadores com justiça e igualdade, enfim, podemos dizer que o homem é um ser, é um ente que possuindo um ente interrogador acerca da verdade, da justiça, da igualdade, da irmandade, do perdão, da fraternidade, da liberdade, vai mal e precisa assumir sua condição máxima do ente que concebe o Ser! Para não dizer a vocês que um vento gélido e sussurrante pairou sobre o salão, apenas relato a saída furtiva de Al Ammar e seu vulto desaparecendo entre as sombras de Almedina, enquanto o Almuaden faz seu anúncio do cimo do Minarete.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Profecia

Até onde pode o homem ir além do desejo? Até que ponto poderá ser mais astuto?
Será possível ao homem destruir cada arvoredo e ainda assim colher fruto como quem colhe um beijo?
Até qual horizonte pode o homem saltar? 
Até quando poderá avançar, até onde? Será o homem mais forte que o ímpeto do mar e saberá por acaso onde o ciclone se esconde?
Até onde pode o homem ser tão valente? Até quando pensará ser dono do mundo, sendo tão sisudo? Não sabe o homem que ele é o próprio meio ambiente? Se não sabe, de repente poderá ficar cego, surdo e mudo!

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Permanência

Os amanhãs serão ontens de outros dias.
Os ontens foram dias de outros amanhãs. 
Por que tantas correrias? Por que encher tanto as mãos
daquilo que as traças temporais devorarão, enquanto
o cosmos escorrega entre os dedos em seus vãos? 
O que se há de colher na vida? Somente este aqui e agora. 
Qual a grande saída? Conservar as boas lembranças e
não perder de vista as grandes esperanças! 
Estar-se presente é não deixar-se ir embora!

Hosana

Ah! Seu sorriso, seu sorriso Hosana! Depois que lhe vi no Instagram e no Face, penso em ti a cada dia de cada semana, e de tanto pensar e...