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domingo, 26 de maio de 2019

Doce lembrança

Relembro aquela praia. Não esqueço aquele lugar.
Minha mãe me pediu, "meu filho, escreve um poema para o mar!" Eu fiquei a olhar, a olhar para mamãe e não consegui
navegar. 
Os anos passaram, posso dizer a vocês, ainda sou o mesmo poeta de quando tinha dezesseis!
Tantas ondas chegaram à praia de minha inspiração.
O poema ficou no ar, ou seja, como uma ilha distante,
além do continente. Um pontinho deserto, flutuante,
submerso em meu inconsciente.
O olhar de mamãe uma estrada, o mar a contra-mão.
Não tenho como escrever nada para o oceano. Seria a mim mesmo me enganar!
Seria naufragar no meu engano. Pois o olhar de minha mãe valia mais que o mar!

Soneto a Vila Velha

Venha viver aqui além do alto do Convento,
seja bem vindo, chegue hoje mesmo turista,
eleve à paz do Deus eterno seu pensamento,
onde o amor sagrado não se perde à vista!
Veja daqui a maravilhosa extensão do mar
pelas praias mais limpas e belas do Brasil,
cada poético recanto, tanto lugar a visitar,
com tanta ternura encontrará mais de mil.
Turista, eu tenho este segredo a lhe contar:
Vila velha é a rainha da viagem intergaláctica
no mundo do lazer, não há coisa mais linda!
Venha viver, venha sorrir, venha logo encontrar
a sua felicidade magnânima e cinematográfica,
Miami e Caribe estão aqui e muito mais ainda!

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Poema da interrogação

Procura-se alguém!
Assim diz o cartaz.
Mas quem?
Que importância faz!
Mas atenção,
procure com luxo,
coloque luvas em
cada mão!
Procure por alguém
que saiba pensar.
Ele é um bruxo!
Mas como procurar,
se para procurar por
quem sabe pensar
é preciso pensar
para procurar por
quem sabe pensar
e quem sabe pensar
não vai querer procurar
por quem sabe pensar...
E tem que pensar
um bocado!
Quer pensar? Esqueça
este teclado.
Deixe de lado este
seu celular.
Não precisa procurar
ninguém.
Foi uma brincadeira
poética.
Uma forma noética
de lhe ensinar
que poucos são os que
querem ou sabem pensar.

O Menu

Jogaram fora o cardápio.
Jogaram-no no umbigo da rua.
Não, não foi no olho, pois
a rua está de molho!
O umbigo da rua é
o umbigo do povo.
Nesta hora noturna
quem saberá quem
foi o larápio?
Isto! Quem foi que
jogou fora o cardápio!
Seria alguém que não
estivesse à altura
de seu design lácteo?
Seria alguém sentado
na calçada que agora
deglute aquela papelada
recheada de camarões?
Não há mais ninguém lá fora!
A não ser em uma
igrejinha ao lado!
Teria ali alguma ovelhinha
capaz de fazer tal estardalhaço?
Jogar no umbigo da rua
o cardápio bem retratado,
bordeado de camarões?
Não! Os fiéis apenas
engolem sem pensar
aqueles sermões!
Que diferença faz?

Poema da cegueira social

Um homem sério de óculos atravessa a rua e nem por isto ela muda de foco! 
É vero! Ele usa óculos, mas somente a rua é míope!
Se alguém quiser gritar, engula seu grito, pois já perdeu de dez a zero!
Se alguém quiser sonhar, sonhe vultos apenas e não dê asas às suas sombras.
Se alguém duvida, a loucura é pouco. 
É grande o vai e vem de massa falida, pois a alienação explode como bombas!
O homem sério desaparece no fim da rua, mas ela continua surda e nua. 
Outros virão e levarão consigo suas pompas!

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Canção cotidiana

Os meus indos e vindos vão de mãos dadas por aí, por ali, por aqui!
Eu e meus outros eus não sei quantos são se muitas ciladas eu vivi!
Quando vão, procuram por notícias novas.
Quando vem as transformo em trovas.
Quando ficam, fluem bem. Deixo-as descansar em um canto.
Se logo em seguida, vão e vem, vem e vão, 

para longe também levam meu pranto!

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Poema do fim

Quando, como, onde e por que?
Esta será sempre a questão!
Ser ou não ser? Ser e não ser!
Quando? Se tudo está por um
triz, pode estar a um palmo
do nosso nariz!
Como? De urânio e plutônio,
não dá para ser feliz!
Onde? Em todo o planeta
em forma de chafariz!
Por que? Porque perderam
o bom senso do porquê!

domingo, 19 de maio de 2019

Poema da alienação

Por que falam de tudo,
se não falam nada a contento?
Ora, uma casa cheia de entulhos,
não cabe mais nada lá dentro!
Quem pensa que sabe tudo,
não sabe pra onde sopra o vento!

sábado, 18 de maio de 2019

Gatomania

Eu gostaria de ser um gato! 
Não necessitaria pertencer a uma donzela. 
Poderia ser mesmo aquele empoleirado naquela janela. 
Por que ser um gato seria melhor que ser um homem? 
Ora veja, hoje o gato é amigo do cão! 
O gato agora brinca de esconder com o rato! 
O gato sabe conquistar ao ser conquistado! 
Salvaguardando alguns santos homens, 
o mundo mergulhou na babaquice e alienação. 
Se falta diálogo, o que não faltará então? 
Diante de tanta sandice, gostaria de ser um gato! 
O homem? Esta pergunta me embrulha o abdome! 
Todas as manhãs deveriam tomar aulas com 
os gatos brincando com os cães!

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Dançando na chuva

Não me importa que a garçonete me olhe de soslaio 
e me veja com seus olhos engatilhados, 
todo transparente e molhado!
Chuva que cai lá fora leve meu pensamento envelopado,
enquanto ele corre tangente 
no colo do vento e se desfaz
lá no fim do redemoinho na teia 
onde se esvai no alento!
Não me importa se molha os sapatos 

e a roupa fique ensopada.
Deixem-me pintar o sete e chutar poças d’água para o ar.
Só assim se espantam as dores
 
e se desfazem todas as mágoas!
Para mim, neste momento, não há tempo cinzento, pois o tempo
tem todas as cores quando a chuva caindo nos lava por dentro! 

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Poema da benção divina


Quando a vida surge repentina
nua, brutalizada e descolorida,
quando a gente triste caminha,
não encontra um palmo de chão,
quando vazia a taça está erguida,
pois, insanos devastaram a vinha.
Quando o céu cinza está nublado,
caminhos se desfazem no destino,
nos levam ao deserto da desilusão,
em nosso mundo há um destroço,
no fundo do poço o mundo é cão!
Quando estamos cansados a sofrer
sozinhos neste mundo, escute povo...
Brilhante, sentimos no céu um clarão,
um som de música benévola, angelical,
abençoada melodia sonora de violino,
pressentimos a presença de um anjo,
vindo em forma feminina, escultural,
enviado pela força do Deus-menino,
pela intercessão de Sua Mãe Eternal,
nos abriga com ternura no coração,
ora vibrando no peito como um banjo,
nos conduz alegres a uma paz divinal.

Poema do adeus

Brincadeiras, sim são brincadeiras.
Cuidado quando são de mau gosto,
prontas estão a deslizar às beiras
do precipício de uma despedida!
Enquanto em um fica o desgosto,
no outro resta a sorte mal servida!
Mesmo à vista nublada ou fadada
audição frágil, tênue, não sentida,
percebe-se, sarcasmo se agiganta
na testemunha inesperada, ocular,
implode uma estúpida gargalhada!
Rir à toa, se não serve, não adianta.
Sinto muito, ora, sempre a engasgar
este fantasma de roupa empalhada,
encalhado no labirinto da garganta!

terça-feira, 14 de maio de 2019

O encontro

A sala, as pessoas, o ambiente, o balcão,
cada um de nós separado em uma mesa,
degustando calmamente o sabor do almoço,
foi quando, de repente, entre o teto e o chão,
iluminou-me seu sorriso, simpatia, sua beleza,
como dizer disto, com que palavras eu posso,
o máximo que consigo nesta noite, nesta hora,
é percorrer silente, preciso, com máxima atenção,
tudo o que nos passou tão bem naquele agora,
pelas molduras e telas da minha lembrança,
de que foi um lance do dia a dia na televisão,
que nos envolveu e nos convidou a conversar
e não parecia papo comum e sim uma dança,
pois percebi que possuíamos uma só opinião,
nos encontramos sem querermos nos encontrar!

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Poema sensível


Sua voz é doce, tão doce,
como a primavera no pomar!
Sua voz é como se fosse
uma  linda sala de espera
com uma varanda para o luar!
Sua voz é doce, doce afago
caminhando em nossa mente.
Sua voz é como em um lago,
ao cair uma estrela cadente
cria ondas do levante ao poente!

sábado, 11 de maio de 2019

Des(estações)


Uma fada bateu com a varinha de condão em minha lembrança! 
Eu pensava que ali não havia mais nada! Foi então que me vi jogando amarelinha, amarelinha na calçada! 
Corri até ao pátio e fiz cada quadrinha, colocando em cada, cada estação: outono, inverno, primavera, verão! 
Deixei-me a saltitar como nos tempos de criança! Mas agora, verão, verão, verão, verão! 
Os meus saltos de consciência procuravam pelas outras estações! 
Oh! Fadinha amada! Empreste-me sua varinha de condão, para que eu toque nesta calçada e desencante estes verões!

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Esperança

É possível viver sem ter vivido. É possível morrer sem ser esquecido. É possível ser esquecido sem morrer. O gênio que movimenta o mundo é a possibilidade. Em um canteiro vazio, por ali podem correr rosas e jorrar pétalas como águas em um rio. 
Em um ser humano pode se acender uma luminária de felicidade diante do esplendor de uma ternura despertando na claridade. É possível no coração humano semearmos bondade de cobrir a terra inteira, basta colocarmos muito amor ali dentro e deixar arder a lareira. 
É possível diante da fala, alguém fechar o ouvido. É possível um silêncio tão profundo valendo mais que um discurso proferido. É possível eu fechar aqui esta poesia. É possível que aparentemente fechada ela abra milhares de campos de possibilidades a cada dia. A chave que abre todas as portas do universo é a possibilidade.

quinta-feira, 9 de maio de 2019

Poema Eclesiástico

A quem não me entendeu a contento, 
fique a catar vento no vento! 
Eu sou ao mesmo tempo o arqueiro,
o arco, a seta e o alvo!
Aquele que me criticou em meu Shangrilá, 
vá procurar por si mesmo na esquina do lado de lá!
Eu sou a palmeira, o canto e o sabiá!

terça-feira, 7 de maio de 2019

Venha dançar comigo


Quer mexer comigo? Lance-me Fados!
Não me jogue ramos de nada, por melhores
que estejam ramificados, nem de pétalas
algumas, já tenho por demais algumas petrificadas!
Lance-me Fados e assim andarei por veredas
estreitas e antigas e pousarei meus olhos nas
varandas dormideiras às tardinhas, quem sabe
a esperar aquelas donzelas bonitinhas sempre
a atirar sorrisos ao vazio se esvaindo por além
das ladeiras! 
Só assim sossegará meus passos
apressados! Só assim me verá como um menino
correndo por campos junto com o sol, estando
a ser donos do dia, nós dois abraçados!
Somente assim me verá com todos os meus
rabiscos vividos, todos a limpo, limpinhos e a
cuidar deles, limpos bem passados!
Jogue-me Fados, pois bem no movimento deste
lançar, saberá que lançou dados, que semeou
sortes e me colocou a brindar, a dançar!
Lance-me Fados e nós dois juntos, saberemos
assim que quem os lança, com certeza vai
bem mais além, mais além, além da dança!

Miguel Marvilla/Marcos Bubach


Hoje venho aos seus pés Miguel Marvilla,
render-lhe esta inédita homenagem!
Hoje aqui do meu convés, nele mesmo
me ancoro em cada poema seu, em cada
ancoragem, sinto-me um cigano em eterna
viagem e assim do meu peito posso exclamar
“Ah!” de uma grande admiração, pois você
foi, é e sempre será Maravilha e este “a” e “h”
não estão ausentes no seu nome! Eles estão
presentes também na maior revelação literária dos
últimos tempos, eles estão em Marcos Bubach!

domingo, 5 de maio de 2019

Poema sensível


Eu ando em linha reta por caminhos curvilíneos, pois as letras das palavras são as curvas femininas das veredas por onde me deslizo.
Como ando por elas com santa intenção, não me prendo ao canto imperativo das sereias em forma de palavras sem sentidos, palavras vãs.
Muitas vezes mergulho muito mais fundo, lá na profundidade mais longínqua de todas as coisas, pois sei que é sob a superfície por mais atraente que seja, o lócus onde encontrarei a gênese das respostas às questões fundamentais deste mundo.
Andar em linha reta é saber como um esgrima acompanha com maciez
o movimento convidativo e cheio de surpresas em cada curva deste caminho.
Meus poemas são setas ligeiras e na sua rapidez sabem dobrar cada esquina, pois a sua retidão se prende ao fato de obedecer à razão com um tempero equivalente de sensibilidade.
O texto poético que escrevo é como um lago onde as palavras vão sendo lançadas e se expandindo em ondas aos infinitos horizontes dos meus leitores.
Em seguida elas voltam para mim com o perfume de suas almas luzindo a paz e encantando a vida.

sábado, 4 de maio de 2019

Poema do bom desejo

Estando em pleno meio dia
o meu dia já é cheio de tudo!
Ao desejar-lhe cada bom dia
amanheço em outro mundo!
Estando em pleno anoitecer
a minha noite já é meu escudo!
Ao desejar-lhe cada boa noite
visto todo sonho de veludo!
Quem quiser um viver profundo,
deseje o bem, pois é bom viver!

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Carinho

Vamos acordar para o sentido do carinho?
As mãos quando tocam as cordas de um violão
o fazem com maciez e arte para desenhar o acorde!
É um brinde de amor levantando uma taça de vinho!
É uma orquestra suntuosa na harmonia de cada toque!
Não haverá beleza musical, não haverá sintonia,
não haverá se não houver esta sensibilidade dos
dedos dançando sobre o instrumento como dançarinos
leves, suaves, onde tudo se encontra no bojo de sua nave!
Tocar com amor é assim como tocar a música angelical
no glamour de uma cadência perfumada de carinhos,
na doçura de cada movimento voando como uma ave
ou como todas as aves pousam sublimes em seus ninhos!
É preciso urgentemente que cada toque que se desliza
passe beijando como um vento passa em forma de brisa! 

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Você querida

Ah! Doce olhar o seu!
Seu olhar é o self-service
do amor, everytime do prazer!
Embriaguei-me em seu selfie
na semântica lunar do anoitecer!
Olhar de curvas sinuosas,
você uma uva, eu um lobo!
Mirar muito mais tentador
do que todas as atrizes da Globo!
Minhas antenas sensíveis, poéticas,
em cada terminal captador,
embriagaram-me com imagens noéticas,
andei o dia inteiro meio bobo!
Seu olhar me espia e me escuta por dentro,
assim minha alma nunca se esvazia,
em cada piscadinha sinto novo alento!

Hosana

Ah! Seu sorriso, seu sorriso Hosana! Depois que lhe vi no Instagram e no Face, penso em ti a cada dia de cada semana, e de tanto pensar e...