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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Você 160

Ah se fosse agora, atenção arbórea neste instante devido,

aquela presença sensual; olha, sinta como está cinzento

o tempo lá fora trazendo uma inspiração ao meu sentido,

florais de avenca adornam meu ser movido por dentro!

 

Se ninfas dos vales viessem soprar sons em meu ouvido,

os mais doces cálices de ternura, ainda sim meu intento

procuraria buscar sem cessar seu ser de amor aspergido,

por seu passar suave de doçura no suspirar do meu alento!

 

Não há nada que ultrapasse, nem força alguma que supere

ver sua face por trás do universo transpassando a carruagem

desta espera incessante, desta vontade, desnuda roupagem! 

Não há outro poder que enlace, nem há coisa fora do contexto

desta inspiração a me tocar como pretexto para assim convidar,

venha nas franjas das cortinas desta vontade, vamos dançar!!!

 

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Poema da Gratidão

Sou grato, sou consciente

do fio de nossa meada

nos orientando no labirinto,

onde estamos no incipiente

de uma mesma caminhada.

Sendo o mundo nosso recinto,

com sua verdade vigente,

entre nós há uma laçada,

desta eu nunca minto:

Somos um longe presente!

sábado, 25 de setembro de 2021

Refletindo

Estou à margem de mim mesmo,

sentado, pensando à beira do rio.

O rio corre e não corre a ermo,

agulha prateada levando  o fio.

Pressinto-me assim por a termo,

o que para mim se torna vitalício.

Sentir-me rodeado de mim mesmo,

sem estar à beira de um precipício!

O rio se estonteia às suas margens,

no volume sem eira de suas águas

diluindo entre si nas mesmas viagens.

Sou este rio, a cada onda ele nasce,

levando consigo tantas paisagens,

refletindo comigo a minha face!

Meus olhos

Estes meus olhos intuitivos,

veja, são antenas a captar

as primaveras dos sorrisos

nos sussurros sob o luar!

São andarilhos precisos,

almejam, pelas ruas a bailar,

diluir polens convidativos,

colorir alfazemas pelo ar!

Meus olhos são cristalinos,

andaluzes meninos a brincar,

sem perder seus dons felinos!

São como telas de cinema

colhendo imagens ao olhar,

com a sutileza de um fonema!

Você 159

Vc é a fada mais bela dos meus dias sensíveis,

a borboleta mais colorida dos meus prados.

Você é a estrela dos meus mundos tangíveis,

o perfume de mel dos bosques cacheados!

 

Por você os pensamentos estão disponíveis

a viajar sorrindo pelos recantos almejados.

Você é a mais linda de todas as concebíveis,

mesmo que tantas andem por todos os lados!

 

Você é onda do mar vai e vem sempre vindo,

numa praia de luz brilhando a cada instante,

pétalas de cores ao te lembrar vão se abrindo! 

Permanece aquele suspirar que ficou preso

aqui dentro de mim sem nunca bater asas,

quanto mais tudo passa mais fica aceso!

 

sábado, 18 de setembro de 2021

Poesia à margem

Eu sei que os poetas são tantos.

O mal dos poetas é que às vezes andam tontos.

Se há muitos poetas, não sei. São quantos?

Mas por ventura todos estão prontos?

Será seu viver um girar natural ou marginal?

À margem do bem sim, não à margem do mal.

O viver natural tem suas regras.

O viver marginal do poeta não se compra

com as mesmas moedas.

No tratado deste mundo os adultos

tem sua dança.

O poeta é um pobre coitado

que veste seus vultos

com roupinhas de criança.

Enquanto os adultos com seus

embalos preenchem os espaços

da cidade,

os poetas escapam pelos intervalos

vazios das ruas paralelas onde vão

colher o lócus da imensidade.

 

 

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Vc 158

A gente sempre se vê, se encontra porque nunca se esquece,

nos acoplamos, nos encontrando em uma plangente imagem,

fixando justamente uma chama reluzente, assim nos aquece

coloridas nuances, toques se sucedem dourando a miragem!

 

Sempre um sentir, uma recordação vem fluindo, acontece

por cada repetir, suavemente aperfeiçoa a aprendizagem,

ficando um frenesi, torvelinho em ondas nuas permanece,

lembrando embarcações dançando  durante a ancoragem!

 

No pensamento um gostinho carmesim de fruta silvestre,

como se a gente fosse um passarinho voando levemente,

pairando em cada bater de asas num colorido campestre! 

Deixa no sentimento um pianinho, tocando bem levemente,

uma canção aquecida pela pétala da emoção serena, vivida

plena no espelho de cada encontro em sua face reluzente!

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Você 157

Com um jarro de porcelana vou colhendo os raios da manhã,

conservando-os por emoção diáfana na aduana do meu dia.

O esplendor de lembrar sua face como a mais doce cortesã,

sorriso iluminando com seu clarão o azul celeste da alegria!

 

Seus raios florescerão suntuosos, dourando polpas de maçã,

modulando cabelos de lã; cada roldana de avelã se anuncia!

Enquanto o encanto do meu pensamento se deita num divã,

de onde meu inconsciente se engalana: Você minha poesia!

 

Se recordar é viver, viver é sonhar, sonhamos sempre assim,

porque a inesperada distância se encurta desde o horizonte,

com raios de sublime luz traçando o perfil do seu semblante! 

Uma cor anil marcando a cada instante de perfume celeste,

dourando o acontecer a nunca se findar no último momento;

colocando sua veste, valsa de som cativante no movimento!

 

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Visão transcendente

 Um segundo?

Um segundo é todo o mundo!

Do mundo surgem os mundos

caminhando nos segundos!

Você 156

Não sei nem que horas eram,

não me detenho nestas estações;

quando os sentimentos primaveram,

todos momentos são boas razões!

 

Minha sala são salas que esperam

surgir do ocaso todas as ocasiões;

minhas atenções em todas veneram

aquela imagem que arrasa corações!

 

Se a noite vem chegando, caminha

vagarosa com sua surpresa imensa,

sua presença floresce com uma vinha! 

Se a formosura vem vindo, nos conclama!

Luz acesa não se extingue, eternamente

brilha claridade de permanente chama!

Amor tem sentimento

Onde fica o amor?

Por que se embriaga quem ama?

Na cabeça?

Por que se alucina quem ama?

No coração?

Por que fica criança quem ama?

No sexo?

Por que se translada quem ama?

Não, não somente

num determinado lugar!

Ele é bem mais complexo.

Ele, quando vem para ficar,

fica em todos os lugares,

pois ocupa a imensidão do universo.

Quando semente, frutifica,

floresce pés de sóis,

de imagens, de sentimentos,

de nuvens-pensamentos.

Somente os que amam percebem

as ninfas nos seus firmamentos!

E podem intuir sua dança nos céus.

Ele coleciona o antes e o depois

de todos os momentos a dois.

No amor pode haver algum desentendimento?

Claro, não seja beato,

a beatitude do amor é o momento exato,

ou seja cada segundo de cada momento.

O amor é travesso na sua vestimenta,

onde escreve a história de dois

no direito e no avesso.

Em quem você adora, pode tocar

com uma flor,

tocar macio, como a paixão da primavera

passa suas mãos sobre a natureza e

a plenifica com o mundo da cor.

O verdadeiro amor?

O amor não é tecelão de mentiras e

não caminha pela senda dos enganadores.

Todo amor é verdadeiro,

seja ele o último,

seja ele o primeiro.

Porém, ele como fada, quando

toca sua vara de condão,

uma canção de ninar

transpassa o coração.

Quando ele atravessa o tempo

ele tange o cotidiano,

com o seu violino permanente.

O amor é presente,

é um amanhecer no poente,

é um anoitecer no nascente.

É uma lua cheia na minguante,

é uma lua instante na nova,

o amor a cada dia nos prova,

que sendo inverso de si mesmo,

ele é um pequeno gigante,

quando tangente se agiganta,

quando se eleva, se renova,

num imenso pequenino brilhante,

e se faz poesia na prosa.

Lucidez poética

Qual a lógica do meu poema? 

É que ele é antológico.

Seja qual for o seu tema,

ele não é presa fácil

de se perceber com os sentidos.

Só quem desvenda o teorema 

dos enigmas mais intuídos,

se aproxima de seu recado dócil. 

Embora seja publicado, 

deixa um mistério velado!


quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Vc 155

Eram árvores perfiladas

pelo rio em suas margens.

Lembram-me cenas passadas

nos musgos de nossas viagens!

 

Suas ramadas trançadas

em desenhos de estiagem,

brindam-me em açucenas aladas

naqueles truques de nossas miragens!

 

Vejo sombras na passagem

enfeitando ao longo a alameda.

Te juro, parecem textura de seda! 

Na cena que ali se condensa,

repetindo em mim neste instante:

o jogo como conservo seu semblante!

Realidade

Há coisas que nos fazem cair fora de si... Dependendo do vulto vale demais sonhar. Dependendo da penumbra nem vale a pena acordar. Acordar m...