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domingo, 24 de fevereiro de 2019

O segredo da felicidade

Qual o segredo da felicidade? Olhar com bons olhos! Olhar com olhos gratos, com olhar de gratidão. Ser grato é estar pleno da graça Divina. Pensar é ser grato. O verdadeiro pensamento que pensa o que pensa o pensamento é o pensamento de gratidão. Somente no âmbito da gratidão reina a filosofia e habita o filósofo. No início do Livro de Gênesis lemos “E viu Deus que era boa a luz e fez Deus a separação entre a luz e as trevas”. O olhar de Deus é o bom olhar. O invejoso, ao contrário, vive nas trevas, pois como a própria etimologia da palavra, vem de invedere, latim, ou seja, não quer ver. Ao não querer ver, todas as suas ações se incubem em destruir o objeto que não quer ver e se utiliza de todas as sutilezas e armadilhas para cumprir o seu intento. Mas a verdade sempre prevalece, pois a verdade é a Luz Primordial. A Luz foi a origem da forma e da percepção do mundo, do seu surgimento. Vejam, é através da luz que percebemos tudo, pois refletindo dos objetos e chegando aos nossos olhos, da ação do cristalino convergem para a retina, com uma imagem invertida. Pelo nervo ótico é enviada a uma zona cerebral onde se inverte, sendo interpretada, o que apesar de tudo, jamais saberemos como seria a realidade em si, uma vez que estamos reféns das modalidades de tempo e espaço, que são apenas possibilidades de leitura ambiental em consonância com nossos sentidos. O invejoso não quer ver e por isto procura destruir o objeto de seu ódio. O ódio joga adrenalina em excesso na corrente sanguínea e liquida o invejoso. Assim ele vive nas trevas, enquanto aquele que ele odeia vive na Luz. Então, o segredo da felicidade é nos assumirmos como imagem e semelhança do Eterno, olhando a tudo e a todos com um bom olhar e até mesmo com um olhar de gratidão. Um olhar que seja um farol de luz de bondade e amor sobre tudo e todos, independente da forma como os outros nos avaliam ou nos tratam.

Até quando?

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Todos estão vendo,
seja lá o que for,
o homem está sendo,
o seu próprio predador!
Pobre homem!
Não vai além do seu
abdomem!
Pobre homem!
Fogo que a si
mesmo se consome!
Pobre homem
que não sabe pra
onde sopra o vento!
Pobre homem
que não obedece
nenhum mandamento!
Pobre homem
não sabe que tudo
pode esvair-se
num segundo!
Muito antes de tudo?
O Big Bang com sua
luz iluminando o mundo!
O som do Verbo Divino
sinfonia de eterno
Om em tom de violino!
Agora, estou mudo,
o Bang Bang!
Os fabricantes de armas
fazem de tudo,
para que hajam guerras
em todo o mundo!


terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Desocultamento



Por si mesma sua casa era sombria e estranha, pois exteriormente apresentava ser um belo palácio erguido naquele bosque úmido, rodeado de flores brancas e um campo cinza perdia-se ao longo de uma estrada de pedras lavadas; porém a questão fundamental prendia-se ao fato da casa em si mesma, no seu embrião, por dentro desta casca externa aparente, era somente um imenso salão sem colunas, sem paredes e sem janelas, rodeada apenas por corredores, por onde tubulações se alongavam pela parede dos mesmos para a condução de ar e o invólucro palacial compunha-se de sete imensas torres à moda bizantina, assim como todos os compridos janelões com seus vitrais espelhando as cartas do tarô de Marselha.
Lá dentro ele, cujo nome era apenas um apelido, portanto Dr Ocultus e de pouco interessaria a qualquer pessoa, pois não mantinha amizades com ninguém, não o procuravam parentes ou quaisquer outras pessoas, a não ser os entregadores de suas compras depositadas em um ambiente a alguns passos da entrada, perfilada por vários pés de acácia; sim, retomando ao início, lá dentro, Dr Ocultus executava suas cerimônias secretas e foi esta a razão para escolher entre os milhares de construtores aquele mais inteligente, habilidoso, artista para efetuar aquela obra destinada aos seus rituais secretos e como afirmava ao construtor, “faça com todo o esmero possível, pois ninguém, ninguém mesmo descobrirá os segredos mais profundos de minha vida misteriosa!”. Desta forma, o capacitado profissional se dedicou à obra com toda a sua vontade e deu sua alma também ao espetacular trabalho, sem dúvida alguma a maior façanha de sua vida; embora seus longos anos de ofício a tantos nobres e príncipes; sendo este o currículo verbal apresentado ao Dr Ocultus; mas esta construção sim, marcaria o pináculo de sua capacidade laborativa! Ainda mais pelo fato de ouvir Dr Ocultus lhe afirmar jamais ser procurado por alguém, pois sua origem era totalmente desconhecida naquela região e ninguém o procuraria de forma alguma e ele também jamais contasse a alguém o esquema bem bolado daquela bela construção.
Dizem as boas e más línguas, “a maior surpresa nem sempre vem pelas portas do fundo e pode vir pela porta da frente”; neste caso nem teria como chegar de outra forma, pois o único portão existente era o de entrada mesmo do salão; assim o construtor colocou o olho mágico invertido, sabendo jamais ser usado de dentro pra fora, tendo em vista este relato e assim pelas pontas dos pés foi observar quais cenas ali se desenrolavam. Dr Ocultus vestindo um terno preto à la século dezoito com uma capa vermelha deu um frenético sorriso entre seus dois dentes pontiagudos surgidos dos cantos de sua boca e dirigiu-se ao centro do salão onde havia um caixão. Nele deitou-se para o seu costumeiro sono e sendo o construtor possuidor da chave da porta, pois já tinha maquinado tudo, correu ao centro do salão, fechou e travou o caixão; arrastou-o para fora do palácio e avançou pela campina cinza e assim o enterrou para sempre! Transformou o salão em um ponto de encontro amoroso, com uma bela placa de Motel do Amor no canto da estrada! Agora Dr Voyeur não é mais construtor! Voltou à sua verdadeira identidade! A sua especialidade sempre foi uma surpresa desconhecida para o oculto.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Mundo louco


Não sei se estou delirando,
ou pensando pela contramão!
Já estou vendo carreta voando
ou pela estrada correndo avião!
Que época tão estranha é esta,
a Branca de Neve se anãozou!
E cada ex-anão faz uma festa,
no conto em que se agigantou!
Tem navio andando com o convés,
tem gente percebendo androide,
dando despedida com os pés,
nesta Divina Comédia em tabloide!



sábado, 16 de fevereiro de 2019

Ausência

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Cuido de minhas cicatrizes
e feridas como uma  doce mãe
sobre um berço, tenta arrancar
lembranças de sorrisos felizes;
cuidando daquele berço vazio,
acampado em suas tristezas,
ninguém sabe da missa um terço!
São feridas indomáveis, internas,
são vulcões colididos, vivos,
prontos em coma nas fartas
labaredas, são arcadas, marcas
profundas,  cinéticas cacimbas
donde se aprofundam, se espelham
em gélida escuridão, desgastadas,
são cinzas de águas, espumas
desrendadas; pois todas minam.
São o fundo, onde somente a goma
se transveste em máscara de chão.
São faríngeas descoloridas
em cannyons sem dosséis,
são ausências nada convidativas
de celíacas eras e perdidas em
ocas basais de outras vidas!
Não são quimeras proveitosas,
mas passagens boquiabertas
devorando minutos e horas,
destroçando alegrias discretas.
São afélios de prazeres naufragados
em afogadiços, crespulando seus
dizeres em incumbidos deslizes!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Pró(cura)

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Já ensaiei vários passos na vida,
uns no claro, outros no escuro.
Só não deixei passos à escondida,
nem marcas no dorso do muro!
Foram saltos fatais além da partida,
porém não mortais aquém do rumo.
Mas toda hipérbole bem traçada,
sem cada hélice desviar do prumo!
Subi pelas esfiras da árvore da vida,
sem descompor as miras do mundo.
Se olho para trás, no início da partida,
vôo fugaz no inconsciente profundo!

sábado, 9 de fevereiro de 2019

O irmão ingrato

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Al Ammar, Sacerdote da Ordem de Melquisedeque, amava muito a um dos seus irmãos que ainda não havia entrado na Ordem, mas ele incentivou-o a conhecer o Caminho da Benção Abraâmica e dos Mistérios. Porém, vocês nem vão acreditar. Havia entre os dois uma diferença cósmica! Al Ammar desde jovem desenvolvera ampla intuição, clarividência, clariaudiência e sensibilidade. Por outro lado, seu irmão Al Aziz adentrara-se pela senda do pensamento racional, dogmático, prático, materialista e por aí se compreende cabalisticamente a diferença entre ambos; um mais perto do mundo de thifareth e outro mergulhado no plano material de malkuth. Esta dicotomia se acentuou com a namorada de Al Aziz, altamente comerciante com suas caravanas de tecidos da pérsia cortando o mar arábico e norte/nordeste da África em busca de dinheiro, somente dinheiro e poder material.
Qualquer cérebro com um punhadinho de inteligência do tamanho de uma semente de tâmara é capaz de avaliar o quanto desta distância findava em críticas e discriminações. Mas Al Ammar, um Mestre Superior, sempre será Mestre, muito mais ainda Sacerdote da Ordem de Melquisedeque, filósofo, poeta e matemático.
Nos arredores de Omã havia um mosteiro da Ordem onde Al Aziz se iniciou em segredo, sem ao menos convidar seu irmão que o incentivara.
Meses depois enviou um peregrino com uma mensagem informando a Al Ammar sobre sua iniciação, inclusive se o Grande Sábio poderia enviar-lhe pergaminhos sobre os estudos da Ordem, para tornar-lhe mais seguro seu caminho entre aspas sacerdotal, pois Al Ammar já percebera este seu passo tropeço na estrada sagrada.
Sem dúvidas, enviou através do mesmo mensageiro tudo o que tinha em mãos, pois de qualquer forma Al Aziz se iniciara. Mas amigos, escutem bem, Al Ammar sabia que quem brinca com o fogo sagrado pode manipular cadinhos trocados. Mas a esperança é a única que nunca morre e um Grande Mestre, mesmo com um pezinho atrás, entrega tudo nas mãos do Altíssimo.
Assim, Al Aziz cresceu entre aspas, ou melhor dizendo, egoicamente, dentro da Ordem de Melquisedeque, sem nunca convidar àquele seu irmão tão Sábio para todas as suas diplomações dentro da Ordem.
Al Ammar em seu silêncio sabia das discriminações que recebia de Al Aziz que não o queria em sua tenda, pois seu mundinho pequeno jamais compreenderia uma mente que se expandira até aos confins do universo e mais ainda, como uma mente puramente material iria amar e comprender uma mente puramente espiritual?
Certo ano a Ordem de Melquisedeque combinou uma Grande Assembleia nos arredores de Abu Dhabi e por lá se encontraram os dois irmãos de sangue e de Ordem.
Al Aziz sempre dissimulado, falando rasteiramente, disfarçadamente, como se enganasse a um Sábio e nem percebendo que este mesmo Sábio lia sua mente e seus pensamentos, “olá meu irmão, tudo bem?”. “Eu quem vos pergunto mano Al Aziz! Você se sente bem assim como se comporta?”
“Como assim meu irmão Al Ammar?” “Com esta dissimulação e esta permanente discriminação a mim! Eu só queria perguntar-lhe como você me explica ser eu, Al Ammar o único Sacerdote da Ordem de Melquisedeque no mundo, que tendo um irmão de sangue estimulado para entrar na Ordem, este entra e não o convida para a Iniciação? E tendo também o ajudado a subir os degraus do Templo não o tenha convidado para nenhuma diplomação? Mas eu somente pergunto, não necessito de respostas!”
“Mas meu irmão Al Ammar, como pode fazer uma pergunta sem querer uma resposta?”
“Há perguntas amado irmão Al Aziz que não necessitam respostas! Necessitam apenas que o outro fique com elas por dentro, passeando como aves de rapina sobre o deserto de sua alma, para que ele se avalie e tome consciência de si! Mas deve ser rápido na avaliação, pois as aves de rapina não perdem tempo e se não houver presas, podem levar em sua voracidade a alma do deserto também!”
Se Al Aziz tomou ou não consciência fica por conta dele, mesmo sabendo que o Altíssimo não dá asas a escorpiões, porém Al Ammar ainda tem muitas outras ensinanças para nos contar e orientar a direção de nossas vidas! O Altíssimo dá aos Grandes Mestres o frescor da brisa dos Oásis!

Às margens do Danúbio

Venha dançar comigo danubiamente,
pois bailar a valsa vos convida o anfitrião,
como baila milagrosamente a semente,
desde um grão plantado no chão,
até ser uma árvore resplandecente
de frutos, sementes e outros grãos;
ou como nasce ao nascer cada gente
e no palpitar do palpitar de cada coração,
um tic tac tictaqueando solenemente,
como um relógio do tempo de então.
Desde o antes, o depois, os sins, os nãos,
tudo é vida em festa, tudo é reino de alegria,
tudo o mais embeleza, enrica, engalana,
pois há uma divina fresta por ponde há vãos
onde passa a noite. O dia perpassa o poente
depois, sempre depois do depois do nascente!

Um pouco é demais


Um pouco era um grande sorriso,
outro pouco era um amplo sol,
mais um pouco um breve vento,
outro pouco um azul celeste!
Veja que nem muito é preciso
para cobrir-se com dourado lençol
que expande o nosso sentimento
com tudo de bom que se veste!
Um pouco, muito pouco, pouquinho
de cada coisa estrelada a cada lado,
que nos faz mover nosso moinho
e movimentar nosso pensamento alado!

Querer maior


Um mais um pode ser um, pois nada é fora do comum, nem descomunal. Tudo depende de como cada um escreve o seu jornal!
 Não quero escrever coisas colossais, nem quero escrever besteiras, porque de asneiras já estou com o fardo cheio demais!
Não quero bater no peito e dizer “fui eu quem fiz!”, “sou o autor desta papelada!”
Quero ser como aquele menino que escreve com giz a sua alegria na calçada!
Quero escrever com meu próprio punho, “ao meu modo fui feliz!”
Fui feliz porque reescrevi meu próprio rascunho! Quero ser um poeta pequenino! Quero ser este menino, pois grande mesmo é o universo!

Meu bem querer


Quem eu quero também quer
Quer aqui e quer agora
em outra hora se quiser,
desde que o tempo não vá embora!
Não sei os dias que passo
com quem me quer ou comigo,
neste momento não há cansaço,
pois se descansa neste abrigo.
Quem me quer estará onde
o meu querer esteja ao seu lado.
Um ao outro sombreando,
do amor ninguém se esconde,
nem dele se fica estafado.
Amar é estar-se ondeando!

Luzia


Pode vir a chama , pode vir a escravidão, renasce LUZIA!
Venha quem vier com seu furor e suas grossas chibatas,
venha com armaduras de preconceitos, sai das cinzas LUZIA!
Ninguém destruirá esta negra mulher do seu quilombo e no
seu casulo ninguém apagará os rastros de suas alpercatas!
Ninguém sucumbirá os seus ninhos e leitos, reaparece LUZIA!
Das cinzas ressurgirão seus mais antigos e ousados rastros!
Não haverá alienação nem incêndio a apagar seus passos LUZIA!
Venha o algoz, o fascismo, as correntes impiedosas que se
entrelaçam vorazes pelos porões das repetidas escravidões;
venha do jeito que vier com seus discursos fascicamuflados,
que esta negra, esta mulher renascerá no solo brasileiro,
com sua repetida imagem, com sua insistência permanente;
pois não há opressores aquartelados com furor em braseiro,
capazes de raptar de LUZIA sua força negra sempre presente!
Podem destruir as aparências ou as instantâneas imagens
do que apenas é tangível e aparentemente frágil, mas LUZIA
é gente da nossa gente, Luzia é guerreira, é símbolo da Mulher
Brasileira! Guarde LUZIA, neste dia, esta minha lágrima de alegria!

O grande mandamento


Viva eu, viva tudo,
viva o sapo barrigudo!
Diz o homem que pensa
ser dono exclusivo de tudo!
Mas não há mais dura prova
de todas aquelas que li
e poderia fazer uma trova
maior de todas que escrevi,
que o homem que é dono
do mundo, disse que devemos
amar a Deus sobre tudo
e ao próximo como fosse a si!

Sorriso


Um pouco era um grande sorriso,
outro pouco era um amplo sol,
mais um pouco um breve vento,
outro pouco um azul celeste!
Veja que nem muito é preciso
para cobrir-se com dourado lençol
que expande o nosso sentimento
com tudo de bom que se veste!
Um pouco, muito pouco, pouquinho
de cada coisa estrelada a cada lado,
que nos faz mover nosso moinho
e movimentar nosso pensamento alado!

Poema da noite

A noite rondava meio tonta,
como se fosse lá fora um espanto,
uma mistura de bruma e escuridão.
Afinal de contas, a noite nunca
está pronta! Ela é como uma mulher
que transita a passos pelo canto
de cada pedacinho de chão!
Enquanto não percebia a hora
que também batia a me chamar
para me convidar a sair lá fora
e rodopiar um pouco com o vento,
vejo chegando suas mensagens,
corri como um menino para vê-las!
Aqui quem te imensamente adora,
viu-se navegando em mil viagens,
com suas palavras lhe soprando estrelas

Soneto da paz


Leve, porém, seja a vida tão breve
nave e melhor seja viver bem suave!
Saiba possível que cada dia não caiba,
não, nem na cova mais ancha da mão!

Livre, pois sendo que de viver se vive
amplo, cada dia dedilha o seu manto!
Finda, sem que possamos em fim ainda
tanto, prantear na alma a ternura do canto!

Vento seja a vida no proceder do pensamento
baço, onde cada um é seu mesmo estilhaço
partido, de cada palmo de instante percorrido!

Cal tinge o indizível tempo no lenho do umbral!
Pluma dançando no sentido cinza da bruma,
sal na terra um dia se desfaz no denso vendaval!


Poema colorido


Ele andava de azulzinho,
ela bem vestidinha de rosa.
O apelido dele? Azul Marinho!
O nome dela Florbela Rosa!
Ele vivia no seu caladinho
madrugada afora e tanta.
Fechava-se no seu colarinho
como espinho na garganta!
Ela prá lá de assanhada,
risonha e cheia de papo,
nunca estava desbotada,
mesmo lhe enchendo o saco!
Um dia passou quietinho
desfilando no outro lado,
bem abraçado um casalzinho:
Azulzinho e seu namorado!
No outro lado da estrada,
vocês não vão acreditar:
Florbela com sua namorada
começou a desabrochar!
Vá viver o seu lindo amor!
Esqueça este seu ato falho,
este negócio babaca de cor
mande à casa do carvalho!

Grande Arquiteto do Universo


Quando vires o amor que as mães verdadeiras tem por seus filhos, até mesmo os animais, aqueles que vós chamais de irracionais também o tem, lembrai-vos filhos e filhas dos homens, que o Eterno vos ama muito mais! 
O Eterno é de tão grande amplidão, que até quem planta espinho, pode um dia colher floração! O Eterno é de tão grande bondade, que até aquele que ainda hoje caminha na vereda da maldade, pode um dia no fim do caminho encontrar a luz, a claridade! 
O Eterno é benção pura! O Eterno é uma candeia suspensa sobre qualquer noite escura! O Eterno jorra amor do seu manancial. 
Ele me provou pela história da humanidade que o bem sempre vence o mal! O Eterno é um berço de compreensão. Ele sempre guia e assim coloca na boa via, mesmo aquele que anda na contra mão! O tempo do Eterno é um tempo diferente. 
É preciso ter muita calma, há oportunidade para todo tipo de gente! O Eterno não é irascível julgamento. O Eterno tem seu olho observando cada momento! Conheceis o instrumento do Eterno, do qual ele toca sua canção? Não, de nada sabeis! 
Ele tem seu anjo correto para tocar o violoncelo de cada coração! Quando observares as rosas se abrirem e as ervas farfalharem pelos campos, lembrai-vos que o Eterno cura todas as dores e enxuga todos os prantos! 
Quando sentires o micromundoatômico e o macromundogaláctico e perceberes que há um poder infinito no universo, saiba filho e filha dos homens que você ainda nem percebeu o avesso! 
O Eterno é tudo, é total, não tem como colocar-lhe adjetivação! Portanto, filho e filha dos homens, venha comigo bater no seu portal e pedirmos salvação, com os joelhos plantados no chão!

Poema de nós mesmos


Penso nas mensagens sinuosas
que rolam por baixo do que falamos.
Há quem atire espinhos, há quem atire rosas!
Penso nas palavras que trocamos
dos discursos que não somos.
Há quem diga que somos alguém!
Penso no que somos também
além do que nos situamos, ou aquém.
Há quem diga que tudo vai bem!
Quem são aqueles personagens que
transitam em nossos sonhos?
Somos nós mesmos também!

Vai e vem


No mar sinto o verbo amar.
No amor não vou ao contrário,
portanto não vou a Roma,
prefiro ficar no armário.
Na idéia vejo a ida, contemplo
a vida na ida a cada dia,
com sua vinda e despedida.
Ao acordar percebo
a taça do luar no meio da lua,
no meio da rua, no meio da pausa,
no meio da bruma.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Nádia, do árabe, a Mensageira!

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Eu nada escreveria, nada escreveria,
se não fosse a Profª Nádia!
Eu sabia que era poeta,
mas não sabia que era poeta,
conforme Profª Nádia sabia
que eu era poeta!
Nádia, prima materna,
a mensageira, do árabe!
Nádia, qual a rima eterna
que no compasso do
meu coração, minha
alma que agora de
saudade hiberna se
liberte destas lágrimas
caindo ao chão?
São orvalhos em tranças,
caindo como lembranças
na madrugada de
minha cidade natal!
Ah! Meu São José do Calçado!
Um anjo me guiou no passado!

A esperança e a fé

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Al Ammar estava em silêncio, sentado à beira do cais, lendo a Rubaiyat de Omar Khayyam, que além de poeta, foi matemático e astrônomo. As águas batiam às muretas do cais como se fossem estrofes permanentes cantando versos que se evaporavam ao infinito róseo da bela tarde a descer sobre a Medina. Vez ou outra algum albatroz desenhava arcos velozes em frente à mudez da Alcácer.
Neste momento chega um marinheiro de última hora, com seu olhar de almogávar trazendo um rolo de cordas para atracagem de alguns dhows, olhando além do cais com se fosse um almotacé do tempo “olá Grande Sábio, sempre lendo! Vim para atar com mais seguranças algumas embarcações, pois pelo que parece vem um grande temporal e a esperança é a última que morre!”.
“Quem vos disse que a esperança é a última que morre? Amado, a esperança é a única que não morre! A esperança é irmã maior da fé inabalável! Quem espera confia! Confiança tem a ver com estar junto com os fios que não se desatam! Fé é fiar, juntar um fio ao outro e construir um manto sacerdotal para se proteger contra todos os males! Da mesma forma que esta vossa corda é feita de fios entrelaçados que não se desunem e juntos seguram as embarcações para que não se destrocem nas procelas violentas, também assim é a esperança, a confiança! Juntamos todos os fios de nossas orações e fiamos nossas vestes, nossas tendas, nosso destino! A esperança é a única que não morre! Lembre-se, seu nome é Almir, significa nobre e famoso e estou lendo Omar, aquele de vida longa!” O marinheiro olhou a tempestade a vir e o semblante do velho Sábio. Na paz do seu semblante amarrou cada embarcação, agradeceu ao ensinamento e foi para sua tenda tranqüilo como uma criança no berço de um Gran Vizir!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Olhar envolvente

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Olhos magníficos, bailam enquanto
espiam. Guardam em redomas de
marfim enquanto perscrutam ninfas
simbólicas nas torres dos contos de
fadas, como são erguidos os mundos!
Olhos apalpando o veludo da tez
escorregadia sob a nudez de tudo,
envolvendo o nível aparente. Surgindo
na superfície incidente, inaugurando
o esplendor embutido sob a blindagem.
Vestindo de orvalho a cadente paisagem!
Olhos apalpando calmamente com
dedais de ouro e ornamentados de
pratas seus dedos são castiçais sagrados;
ou seja seus cílios entreabertos entre
girar de girassóis sobre os campos dourados!
Nunca vi tão belos cerimoniais como
teus olhos de vinhedos , de cidrais concentrados
na presença , descendo como cascatas
a se dispersar, mas se unificam nos
movimentos sutis e quando se deslocam
da atenção, nunca vão embora, pois deixam
um perfume de lembrança, deixam um
lacinho de fita nas trancinhas a pentear
as cartas dos momentos, com seus naipes.

Cadê você Rio Doce?

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Rio que não é mais doce! Vida amarga!
Peixes que pulam em busca de oxigênio!
Apunhalaram sua alma com brutal adaga!
Veia serpentina de cinzas e arsênico!
Peixes ensaiando a dança do adeus.
Trapezistas macabros nas margens,
corpos cobertos de chumbo e mercúrio!
Rio retorcido de insuportáveis dores!
Rio que não é mais doce, murmúrio,
ruído deslizando com mortes e entulhos!
Corredor de lágrimas escuras,pedregulhos,
borbulhas de lama agitando cinzentas borrascas,
tungstênio que se extingue com chamas de barro!
Estapeadas em cada canto tristonhas carcaças.
Esquifes de escombros presos em redemoinhos
algemados a mananciais de espantos e assombros!
Adeus doce rio da minha longínqua lembrança.
Incognoscível no passado com seu arquétipo latente!
Seu cortejo passa com uma música de fundo,
com uma canção sem rumo, cor de prata ausente
do seu antigo burburinho de águas cristalinas,
de seu dorso limpinho e leito profundo!
Rio Doce que vinha das colinas,
Rio que vinha de doces nascentes,
Rio que vinha de Minas,
Rio que refletia o sol poente!
Hoje Rio de manguezais da podridão!
Sem redemoinhos tangendo violinos!
Convido agora a toda gente,
que toquem todos os sinos,
para uma fúnebre canção:
Adeus doce Rio, adeus Rio Doce!
Adeus Rio que não é mais doce!
Cadê você Rio Doce?

Hosana

Ah! Seu sorriso, seu sorriso Hosana! Depois que lhe vi no Instagram e no Face, penso em ti a cada dia de cada semana, e de tanto pensar e...