Poemas e contos contribuem para a recuperação de nosso ser, viajando pelos nossos mitos e arquétipos, pelas lendas, pelas aventuras de nossa essência através das dunas do tempo.
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domingo, 24 de fevereiro de 2019
O segredo da felicidade
Qual o segredo da felicidade? Olhar com bons olhos! Olhar com olhos gratos, com olhar de gratidão. Ser grato é estar pleno da graça Divina. Pensar é ser grato. O verdadeiro pensamento que pensa o que pensa o pensamento é o pensamento de gratidão. Somente no âmbito da gratidão reina a filosofia e habita o filósofo. No início do Livro de Gênesis lemos “E viu Deus que era boa a luz e fez Deus a separação entre a luz e as trevas”. O olhar de Deus é o bom olhar. O invejoso, ao contrário, vive nas trevas, pois como a própria etimologia da palavra, vem de invedere, latim, ou seja, não quer ver. Ao não querer ver, todas as suas ações se incubem em destruir o objeto que não quer ver e se utiliza de todas as sutilezas e armadilhas para cumprir o seu intento. Mas a verdade sempre prevalece, pois a verdade é a Luz Primordial. A Luz foi a origem da forma e da percepção do mundo, do seu surgimento. Vejam, é através da luz que percebemos tudo, pois refletindo dos objetos e chegando aos nossos olhos, da ação do cristalino convergem para a retina, com uma imagem invertida. Pelo nervo ótico é enviada a uma zona cerebral onde se inverte, sendo interpretada, o que apesar de tudo, jamais saberemos como seria a realidade em si, uma vez que estamos reféns das modalidades de tempo e espaço, que são apenas possibilidades de leitura ambiental em consonância com nossos sentidos. O invejoso não quer ver e por isto procura destruir o objeto de seu ódio. O ódio joga adrenalina em excesso na corrente sanguínea e liquida o invejoso. Assim ele vive nas trevas, enquanto aquele que ele odeia vive na Luz. Então, o segredo da felicidade é nos assumirmos como imagem e semelhança do Eterno, olhando a tudo e a todos com um bom olhar e até mesmo com um olhar de gratidão. Um olhar que seja um farol de luz de bondade e amor sobre tudo e todos, independente da forma como os outros nos avaliam ou nos tratam.
Até quando?
Todos estão
vendo,
seja lá o
que for,
o homem está
sendo,
o seu
próprio predador!
Pobre homem!
Não vai além
do seu
abdomem!
Pobre homem!
Fogo que a
si
mesmo se
consome!
Pobre homem
que não sabe
pra
onde sopra o
vento!
Pobre homem
que não
obedece
nenhum mandamento!
Pobre homem
não sabe que
tudo
pode esvair-se
num segundo!
Muito antes
de tudo?
O Big Bang
com sua
luz iluminando
o mundo!
O som do
Verbo Divino
sinfonia de
eterno
Om em tom de
violino!
Agora, estou
mudo,
o Bang Bang!
Os
fabricantes de armas
fazem de
tudo,
para que
hajam guerras
em todo o
mundo!
terça-feira, 19 de fevereiro de 2019
Desocultamento
Por si mesma sua casa era sombria e estranha, pois
exteriormente apresentava ser um belo palácio erguido naquele bosque úmido,
rodeado de flores brancas e um campo cinza perdia-se ao longo de uma estrada de
pedras lavadas; porém a questão fundamental prendia-se ao fato da casa em si
mesma, no seu embrião, por dentro desta casca externa aparente, era somente um
imenso salão sem colunas, sem paredes e sem janelas, rodeada apenas por
corredores, por onde tubulações se alongavam pela parede dos mesmos para a
condução de ar e o invólucro palacial compunha-se de sete imensas torres à moda
bizantina, assim como todos os compridos janelões com seus vitrais espelhando
as cartas do tarô de Marselha.
Lá dentro ele, cujo nome era apenas um apelido, portanto Dr Ocultus
e de pouco interessaria a qualquer pessoa, pois não mantinha amizades com
ninguém, não o procuravam parentes ou quaisquer outras pessoas, a não ser os
entregadores de suas compras depositadas em um ambiente a alguns passos da
entrada, perfilada por vários pés de acácia; sim, retomando ao início, lá
dentro, Dr Ocultus executava suas cerimônias secretas e foi esta a razão para
escolher entre os milhares de construtores aquele mais inteligente, habilidoso,
artista para efetuar aquela obra destinada aos seus rituais secretos e como
afirmava ao construtor, “faça com todo o esmero possível, pois ninguém, ninguém
mesmo descobrirá os segredos mais profundos de minha vida misteriosa!”. Desta
forma, o capacitado profissional se dedicou à obra com toda a sua vontade e deu
sua alma também ao espetacular trabalho, sem dúvida alguma a maior façanha de
sua vida; embora seus longos anos de ofício a tantos nobres e príncipes; sendo
este o currículo verbal apresentado ao Dr Ocultus; mas esta construção sim,
marcaria o pináculo de sua capacidade laborativa! Ainda mais pelo fato de ouvir
Dr Ocultus lhe afirmar jamais ser procurado por alguém, pois sua origem era
totalmente desconhecida naquela região e ninguém o procuraria de forma alguma e
ele também jamais contasse a alguém o esquema bem bolado daquela bela
construção.
Dizem as boas e más línguas, “a maior surpresa nem sempre vem
pelas portas do fundo e pode vir pela porta da frente”; neste caso nem teria
como chegar de outra forma, pois o único portão existente era o de entrada
mesmo do salão; assim o construtor colocou o olho mágico invertido, sabendo jamais
ser usado de dentro pra fora, tendo em vista este relato e assim pelas pontas
dos pés foi observar quais cenas ali se desenrolavam. Dr Ocultus vestindo um
terno preto à la século dezoito com uma capa vermelha deu um frenético sorriso
entre seus dois dentes pontiagudos surgidos dos cantos de sua boca e dirigiu-se
ao centro do salão onde havia um caixão. Nele deitou-se para o seu costumeiro
sono e sendo o construtor possuidor da chave da porta, pois já tinha maquinado
tudo, correu ao centro do salão, fechou e travou o caixão; arrastou-o para fora
do palácio e avançou pela campina cinza e assim o enterrou para sempre!
Transformou o salão em um ponto de encontro amoroso, com uma bela placa de
Motel do Amor no canto da estrada! Agora Dr Voyeur não é mais construtor!
Voltou à sua verdadeira identidade! A sua especialidade sempre foi uma surpresa desconhecida para o oculto.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019
Mundo louco
Não sei se estou delirando,
ou pensando pela contramão!
Já estou vendo carreta voando
ou pela estrada correndo avião!
Que época tão estranha é esta,
a Branca de Neve se anãozou!
E cada ex-anão faz uma festa,
no conto em que se agigantou!
Tem navio andando com o convés,
tem gente percebendo androide,
dando despedida com os pés,
nesta Divina Comédia em tabloide!
sábado, 16 de fevereiro de 2019
Ausência
Cuido de
minhas cicatrizes
e feridas
como uma doce mãe
sobre um
berço, tenta arrancar
lembranças de
sorrisos felizes;
cuidando daquele
berço vazio,
acampado em
suas tristezas,
ninguém sabe
da missa um terço!
São feridas
indomáveis, internas,
são vulcões
colididos, vivos,
prontos em
coma nas fartas
labaredas,
são arcadas, marcas
profundas, cinéticas cacimbas
donde se
aprofundam, se espelham
em gélida
escuridão, desgastadas,
são cinzas de
águas, espumas
desrendadas;
pois todas minam.
São o fundo,
onde somente a goma
se transveste
em máscara de chão.
São
faríngeas descoloridas
em cannyons
sem dosséis,
são ausências
nada convidativas
de celíacas
eras e perdidas em
ocas basais de
outras vidas!
Não são
quimeras proveitosas,
mas passagens
boquiabertas
devorando minutos
e horas,
destroçando alegrias
discretas.
São afélios
de prazeres naufragados
em afogadiços,
crespulando seus
dizeres em
incumbidos deslizes!
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019
Pró(cura)
Já ensaiei
vários passos na vida,
uns no
claro, outros no escuro.
Só não
deixei passos à escondida,
nem marcas
no dorso do muro!
Foram saltos
fatais além da partida,
porém não mortais
aquém do rumo.
Mas toda
hipérbole bem traçada,
sem cada
hélice desviar do prumo!
Subi pelas
esfiras da árvore da vida,
sem descompor
as miras do mundo.
Se olho para
trás, no início da partida,
vôo fugaz no
inconsciente profundo!
sábado, 9 de fevereiro de 2019
O irmão ingrato
Al Ammar, Sacerdote da Ordem de Melquisedeque, amava muito a um dos seus irmãos que ainda não havia entrado na Ordem, mas ele incentivou-o a conhecer o Caminho da Benção Abraâmica e dos Mistérios. Porém, vocês nem vão acreditar. Havia entre os dois uma diferença cósmica! Al Ammar desde jovem desenvolvera ampla intuição, clarividência, clariaudiência e sensibilidade. Por outro lado, seu irmão Al Aziz adentrara-se pela senda do pensamento racional, dogmático, prático, materialista e por aí se compreende cabalisticamente a diferença entre ambos; um mais perto do mundo de thifareth e outro mergulhado no plano material de malkuth. Esta dicotomia se acentuou com a namorada de Al Aziz, altamente comerciante com suas caravanas de tecidos da pérsia cortando o mar arábico e norte/nordeste da África em busca de dinheiro, somente dinheiro e poder material.
Qualquer cérebro com um punhadinho de inteligência do tamanho de uma semente de tâmara é capaz de avaliar o quanto desta distância findava em críticas e discriminações. Mas Al Ammar, um Mestre Superior, sempre será Mestre, muito mais ainda Sacerdote da Ordem de Melquisedeque, filósofo, poeta e matemático.
Nos arredores de Omã havia um mosteiro da Ordem onde Al Aziz se iniciou em segredo, sem ao menos convidar seu irmão que o incentivara.
Meses depois enviou um peregrino com uma mensagem informando a Al Ammar sobre sua iniciação, inclusive se o Grande Sábio poderia enviar-lhe pergaminhos sobre os estudos da Ordem, para tornar-lhe mais seguro seu caminho entre aspas sacerdotal, pois Al Ammar já percebera este seu passo tropeço na estrada sagrada.
Sem dúvidas, enviou através do mesmo mensageiro tudo o que tinha em mãos, pois de qualquer forma Al Aziz se iniciara. Mas amigos, escutem bem, Al Ammar sabia que quem brinca com o fogo sagrado pode manipular cadinhos trocados. Mas a esperança é a única que nunca morre e um Grande Mestre, mesmo com um pezinho atrás, entrega tudo nas mãos do Altíssimo.
Assim, Al Aziz cresceu entre aspas, ou melhor dizendo, egoicamente, dentro da Ordem de Melquisedeque, sem nunca convidar àquele seu irmão tão Sábio para todas as suas diplomações dentro da Ordem.
Al Ammar em seu silêncio sabia das discriminações que recebia de Al Aziz que não o queria em sua tenda, pois seu mundinho pequeno jamais compreenderia uma mente que se expandira até aos confins do universo e mais ainda, como uma mente puramente material iria amar e comprender uma mente puramente espiritual?
Certo ano a Ordem de Melquisedeque combinou uma Grande Assembleia nos arredores de Abu Dhabi e por lá se encontraram os dois irmãos de sangue e de Ordem.
Al Aziz sempre dissimulado, falando rasteiramente, disfarçadamente, como se enganasse a um Sábio e nem percebendo que este mesmo Sábio lia sua mente e seus pensamentos, “olá meu irmão, tudo bem?”. “Eu quem vos pergunto mano Al Aziz! Você se sente bem assim como se comporta?”
“Como assim meu irmão Al Ammar?” “Com esta dissimulação e esta permanente discriminação a mim! Eu só queria perguntar-lhe como você me explica ser eu, Al Ammar o único Sacerdote da Ordem de Melquisedeque no mundo, que tendo um irmão de sangue estimulado para entrar na Ordem, este entra e não o convida para a Iniciação? E tendo também o ajudado a subir os degraus do Templo não o tenha convidado para nenhuma diplomação? Mas eu somente pergunto, não necessito de respostas!”
“Mas meu irmão Al Ammar, como pode fazer uma pergunta sem querer uma resposta?”
“Há perguntas amado irmão Al Aziz que não necessitam respostas! Necessitam apenas que o outro fique com elas por dentro, passeando como aves de rapina sobre o deserto de sua alma, para que ele se avalie e tome consciência de si! Mas deve ser rápido na avaliação, pois as aves de rapina não perdem tempo e se não houver presas, podem levar em sua voracidade a alma do deserto também!”
Se Al Aziz tomou ou não consciência fica por conta dele, mesmo sabendo que o Altíssimo não dá asas a escorpiões, porém Al Ammar ainda tem muitas outras ensinanças para nos contar e orientar a direção de nossas vidas! O Altíssimo dá aos Grandes Mestres o frescor da brisa dos Oásis!
Qualquer cérebro com um punhadinho de inteligência do tamanho de uma semente de tâmara é capaz de avaliar o quanto desta distância findava em críticas e discriminações. Mas Al Ammar, um Mestre Superior, sempre será Mestre, muito mais ainda Sacerdote da Ordem de Melquisedeque, filósofo, poeta e matemático.
Nos arredores de Omã havia um mosteiro da Ordem onde Al Aziz se iniciou em segredo, sem ao menos convidar seu irmão que o incentivara.
Meses depois enviou um peregrino com uma mensagem informando a Al Ammar sobre sua iniciação, inclusive se o Grande Sábio poderia enviar-lhe pergaminhos sobre os estudos da Ordem, para tornar-lhe mais seguro seu caminho entre aspas sacerdotal, pois Al Ammar já percebera este seu passo tropeço na estrada sagrada.
Sem dúvidas, enviou através do mesmo mensageiro tudo o que tinha em mãos, pois de qualquer forma Al Aziz se iniciara. Mas amigos, escutem bem, Al Ammar sabia que quem brinca com o fogo sagrado pode manipular cadinhos trocados. Mas a esperança é a única que nunca morre e um Grande Mestre, mesmo com um pezinho atrás, entrega tudo nas mãos do Altíssimo.
Assim, Al Aziz cresceu entre aspas, ou melhor dizendo, egoicamente, dentro da Ordem de Melquisedeque, sem nunca convidar àquele seu irmão tão Sábio para todas as suas diplomações dentro da Ordem.
Al Ammar em seu silêncio sabia das discriminações que recebia de Al Aziz que não o queria em sua tenda, pois seu mundinho pequeno jamais compreenderia uma mente que se expandira até aos confins do universo e mais ainda, como uma mente puramente material iria amar e comprender uma mente puramente espiritual?
Certo ano a Ordem de Melquisedeque combinou uma Grande Assembleia nos arredores de Abu Dhabi e por lá se encontraram os dois irmãos de sangue e de Ordem.
Al Aziz sempre dissimulado, falando rasteiramente, disfarçadamente, como se enganasse a um Sábio e nem percebendo que este mesmo Sábio lia sua mente e seus pensamentos, “olá meu irmão, tudo bem?”. “Eu quem vos pergunto mano Al Aziz! Você se sente bem assim como se comporta?”
“Como assim meu irmão Al Ammar?” “Com esta dissimulação e esta permanente discriminação a mim! Eu só queria perguntar-lhe como você me explica ser eu, Al Ammar o único Sacerdote da Ordem de Melquisedeque no mundo, que tendo um irmão de sangue estimulado para entrar na Ordem, este entra e não o convida para a Iniciação? E tendo também o ajudado a subir os degraus do Templo não o tenha convidado para nenhuma diplomação? Mas eu somente pergunto, não necessito de respostas!”
“Mas meu irmão Al Ammar, como pode fazer uma pergunta sem querer uma resposta?”
“Há perguntas amado irmão Al Aziz que não necessitam respostas! Necessitam apenas que o outro fique com elas por dentro, passeando como aves de rapina sobre o deserto de sua alma, para que ele se avalie e tome consciência de si! Mas deve ser rápido na avaliação, pois as aves de rapina não perdem tempo e se não houver presas, podem levar em sua voracidade a alma do deserto também!”
Se Al Aziz tomou ou não consciência fica por conta dele, mesmo sabendo que o Altíssimo não dá asas a escorpiões, porém Al Ammar ainda tem muitas outras ensinanças para nos contar e orientar a direção de nossas vidas! O Altíssimo dá aos Grandes Mestres o frescor da brisa dos Oásis!
Às margens do Danúbio
Venha dançar comigo danubiamente,
pois bailar
a valsa vos convida o anfitrião,
como baila
milagrosamente a semente,
desde um
grão plantado no chão,
até ser uma
árvore resplandecente
de frutos,
sementes e outros grãos;
ou como
nasce ao nascer cada gente
e no
palpitar do palpitar de cada coração,
um tic tac
tictaqueando solenemente,
como um
relógio do tempo de então.
Desde o
antes, o depois, os sins, os nãos,
tudo é vida
em festa, tudo é reino de alegria,
tudo o mais
embeleza, enrica, engalana,
pois há uma
divina fresta por ponde há vãos
onde passa a noite. O dia perpassa o poente
depois, sempre depois do depois do nascente!
Um pouco é demais
Um pouco era
um grande sorriso,
outro pouco
era um amplo sol,
mais um
pouco um breve vento,
outro pouco
um azul celeste!
Veja que nem
muito é preciso
para
cobrir-se com dourado lençol
que expande
o nosso sentimento
com tudo de
bom que se veste!
Um pouco, muito
pouco, pouquinho
de cada
coisa estrelada a cada lado,
que nos faz
mover nosso moinho
e movimentar
nosso pensamento alado!
Querer maior
Um mais um
pode ser um, pois nada é fora do comum, nem descomunal. Tudo depende de como
cada um escreve o seu jornal!
Não quero escrever coisas colossais, nem quero
escrever besteiras, porque de asneiras já estou com o fardo cheio demais!
Não quero
bater no peito e dizer “fui eu quem fiz!”, “sou o autor desta papelada!”
Quero ser
como aquele menino que escreve com giz a sua alegria na calçada!
Quero
escrever com meu próprio punho, “ao meu modo fui feliz!”
Fui feliz
porque reescrevi meu próprio rascunho! Quero ser um poeta pequenino! Quero ser
este menino, pois grande mesmo é o universo!
Meu bem querer
Quem eu quero também quer
Quer aqui e quer agora
em outra hora se quiser,
desde que o tempo não vá embora!
Não sei os dias que passo
com quem me quer ou comigo,
neste momento não há cansaço,
pois se descansa neste abrigo.
Quem me quer estará onde
o meu querer esteja ao seu lado.
Um ao outro sombreando,
do amor ninguém se esconde,
nem dele se fica estafado.
Amar é estar-se ondeando!
Luzia
Pode vir a chama ,
pode vir a escravidão, renasce LUZIA!
Venha quem vier com seu furor e suas grossas chibatas,
venha com armaduras de preconceitos, sai das cinzas LUZIA!
Ninguém destruirá esta negra mulher do seu quilombo e no
seu casulo ninguém apagará os rastros de suas alpercatas!
Ninguém sucumbirá os seus ninhos e leitos, reaparece LUZIA!
Das cinzas ressurgirão seus mais antigos e ousados rastros!
Não haverá alienação nem incêndio a apagar seus passos LUZIA!
Venha o algoz, o fascismo, as correntes impiedosas que se
entrelaçam vorazes pelos porões das repetidas escravidões;
venha do jeito que vier com seus discursos fascicamuflados,
que esta negra, esta mulher renascerá no solo brasileiro,
com sua repetida imagem, com sua insistência permanente;
pois não há opressores aquartelados com furor em braseiro,
capazes de raptar de LUZIA sua força negra sempre presente!
Podem destruir as aparências ou as instantâneas imagens
do que apenas é tangível e aparentemente frágil, mas LUZIA
é gente da nossa gente, Luzia é guerreira, é símbolo da Mulher
Brasileira! Guarde LUZIA, neste dia, esta minha lágrima de alegria!
Venha quem vier com seu furor e suas grossas chibatas,
venha com armaduras de preconceitos, sai das cinzas LUZIA!
Ninguém destruirá esta negra mulher do seu quilombo e no
seu casulo ninguém apagará os rastros de suas alpercatas!
Ninguém sucumbirá os seus ninhos e leitos, reaparece LUZIA!
Das cinzas ressurgirão seus mais antigos e ousados rastros!
Não haverá alienação nem incêndio a apagar seus passos LUZIA!
Venha o algoz, o fascismo, as correntes impiedosas que se
entrelaçam vorazes pelos porões das repetidas escravidões;
venha do jeito que vier com seus discursos fascicamuflados,
que esta negra, esta mulher renascerá no solo brasileiro,
com sua repetida imagem, com sua insistência permanente;
pois não há opressores aquartelados com furor em braseiro,
capazes de raptar de LUZIA sua força negra sempre presente!
Podem destruir as aparências ou as instantâneas imagens
do que apenas é tangível e aparentemente frágil, mas LUZIA
é gente da nossa gente, Luzia é guerreira, é símbolo da Mulher
Brasileira! Guarde LUZIA, neste dia, esta minha lágrima de alegria!
O grande mandamento
Viva eu,
viva tudo,
viva o sapo
barrigudo!
Diz o homem
que pensa
ser dono
exclusivo de tudo!
Mas não há
mais dura prova
de todas
aquelas que li
e poderia
fazer uma trova
maior de
todas que escrevi,
que o homem
que é dono
do mundo,
disse que devemos
amar a Deus
sobre tudo
e ao próximo
como fosse a si!
Sorriso
Um pouco era
um grande sorriso,
outro pouco
era um amplo sol,
mais um
pouco um breve vento,
outro pouco
um azul celeste!
Veja que nem
muito é preciso
para
cobrir-se com dourado lençol
que expande
o nosso sentimento
com tudo de
bom que se veste!
Um pouco, muito
pouco, pouquinho
de cada
coisa estrelada a cada lado,
que nos faz
mover nosso moinho
e movimentar
nosso pensamento alado!
Poema da noite
A noite
rondava meio tonta,
como se
fosse lá fora um espanto,
uma mistura
de bruma e escuridão.
Afinal de
contas, a noite nunca
está pronta!
Ela é como uma mulher
que transita
a passos pelo canto
de cada
pedacinho de chão!
Enquanto não
percebia a hora
que também
batia a me chamar
para me
convidar a sair lá fora
e rodopiar
um pouco com o vento,
vejo
chegando suas mensagens,
corri como
um menino para vê-las!
Aqui quem te
imensamente adora,
viu-se
navegando em mil viagens,
com suas palavras lhe soprando estrelas
Soneto da paz
Leve, porém,
seja a vida tão breve
nave e
melhor seja viver bem suave!
Saiba
possível que cada dia não caiba,
não, nem na
cova mais ancha da mão!
Livre, pois
sendo que de viver se vive
amplo, cada
dia dedilha o seu manto!
Finda, sem
que possamos em fim ainda
tanto,
prantear na alma a ternura do canto!
Vento seja a
vida no proceder do pensamento
baço, onde
cada um é seu mesmo estilhaço
partido, de
cada palmo de instante percorrido!
Cal tinge o
indizível tempo no lenho do umbral!
Pluma
dançando no sentido cinza da bruma,
sal na terra
um dia se desfaz no denso vendaval!
Poema colorido
Ele andava de
azulzinho,
ela bem vestidinha de rosa.
O apelido dele? Azul Marinho!
O nome dela Florbela Rosa!
Ele vivia no seu caladinho
madrugada afora e tanta.
Fechava-se no seu colarinho
como espinho na garganta!
Ela prá lá de assanhada,
risonha e cheia de papo,
nunca estava desbotada,
mesmo lhe enchendo o saco!
Um dia passou quietinho
desfilando no outro lado,
bem abraçado um casalzinho:
Azulzinho e seu namorado!
No outro lado da estrada,
vocês não vão acreditar:
Florbela com sua namorada
começou a desabrochar!
Vá viver o seu lindo amor!
Esqueça este seu ato falho,
este negócio babaca de cor
mande à casa do carvalho!
ela bem vestidinha de rosa.
O apelido dele? Azul Marinho!
O nome dela Florbela Rosa!
Ele vivia no seu caladinho
madrugada afora e tanta.
Fechava-se no seu colarinho
como espinho na garganta!
Ela prá lá de assanhada,
risonha e cheia de papo,
nunca estava desbotada,
mesmo lhe enchendo o saco!
Um dia passou quietinho
desfilando no outro lado,
bem abraçado um casalzinho:
Azulzinho e seu namorado!
No outro lado da estrada,
vocês não vão acreditar:
Florbela com sua namorada
começou a desabrochar!
Vá viver o seu lindo amor!
Esqueça este seu ato falho,
este negócio babaca de cor
mande à casa do carvalho!
Grande Arquiteto do Universo
Quando vires o amor
que as mães verdadeiras tem por seus filhos, até mesmo os animais, aqueles que
vós chamais de irracionais também o tem, lembrai-vos filhos e filhas dos
homens, que o Eterno vos ama muito mais!
O Eterno é de tão grande amplidão, que
até quem planta espinho, pode um dia colher floração! O Eterno é de tão grande
bondade, que até aquele que ainda hoje caminha na vereda da maldade, pode um
dia no fim do caminho encontrar a luz, a
claridade!
O Eterno é benção pura! O Eterno é uma candeia suspensa sobre
qualquer noite escura! O Eterno jorra amor do seu manancial.
Ele me provou pela
história da humanidade que o bem sempre vence o mal! O Eterno é um berço de
compreensão. Ele sempre guia e assim coloca na boa via, mesmo aquele que anda
na contra mão! O tempo do Eterno é um tempo diferente.
É preciso ter muita
calma, há oportunidade para todo tipo de gente! O Eterno não é irascível
julgamento. O Eterno tem seu olho observando cada momento! Conheceis o
instrumento do Eterno, do qual ele toca sua canção? Não, de nada sabeis!
Ele
tem seu anjo correto para tocar o violoncelo de cada coração! Quando observares
as rosas se abrirem e as ervas farfalharem pelos campos, lembrai-vos que o
Eterno cura todas as dores e enxuga todos os prantos!
Quando sentires o
micromundoatômico e o macromundogaláctico e perceberes que há um poder infinito
no universo, saiba filho e filha dos homens que você ainda nem percebeu o
avesso!
O Eterno é tudo, é total, não tem como colocar-lhe adjetivação!
Portanto, filho e filha dos homens, venha comigo bater no seu portal e pedirmos
salvação, com os joelhos plantados no chão!
Poema de nós mesmos
Penso nas
mensagens sinuosas
que rolam
por baixo do que falamos.
Há quem
atire espinhos, há quem atire rosas!
Penso nas
palavras que trocamos
dos
discursos que não somos.
Há quem diga
que somos alguém!
Penso no que
somos também
além do que
nos situamos, ou aquém.
Há quem diga
que tudo vai bem!
Quem são
aqueles personagens que
transitam em
nossos sonhos?
Somos nós
mesmos também!
Vai e vem
No mar sinto
o verbo amar.
No amor não
vou ao contrário,
portanto não
vou a Roma,
prefiro
ficar no armário.
Na idéia
vejo a ida, contemplo
a vida na
ida a cada dia,
com sua
vinda e despedida.
Ao acordar
percebo
a taça do
luar no meio da lua,
no meio da
rua, no meio da pausa,
no meio da
bruma.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019
Nádia, do árabe, a Mensageira!
Eu nada escreveria, nada escreveria,
se não fosse a Profª Nádia!
Eu sabia que era poeta,
mas não sabia que era poeta,
conforme Profª Nádia sabia
que eu era poeta!
Nádia, prima materna,
a mensageira, do árabe!
Nádia, qual a rima eterna
que no compasso do
meu coração, minha
alma que agora de
saudade hiberna se
liberte destas lágrimas
caindo ao chão?
São orvalhos em tranças,
caindo como lembranças
na madrugada de
minha cidade natal!
Ah! Meu São José do Calçado!
Um anjo me guiou no passado!
A esperança e a fé
Al Ammar estava em silêncio, sentado à beira do cais, lendo a Rubaiyat de Omar Khayyam, que além de poeta, foi matemático e astrônomo. As águas batiam às muretas do cais como se fossem estrofes permanentes cantando versos que se evaporavam ao infinito róseo da bela tarde a descer sobre a Medina. Vez ou outra algum albatroz desenhava arcos velozes em frente à mudez da Alcácer.
Neste momento chega um marinheiro de última hora, com seu olhar de almogávar trazendo um rolo de cordas para atracagem de alguns dhows, olhando além do cais com se fosse um almotacé do tempo “olá Grande Sábio, sempre lendo! Vim para atar com mais seguranças algumas embarcações, pois pelo que parece vem um grande temporal e a esperança é a última que morre!”.
“Quem vos disse que a esperança é a última que morre? Amado, a esperança é a única que não morre! A esperança é irmã maior da fé inabalável! Quem espera confia! Confiança tem a ver com estar junto com os fios que não se desatam! Fé é fiar, juntar um fio ao outro e construir um manto sacerdotal para se proteger contra todos os males! Da mesma forma que esta vossa corda é feita de fios entrelaçados que não se desunem e juntos seguram as embarcações para que não se destrocem nas procelas violentas, também assim é a esperança, a confiança! Juntamos todos os fios de nossas orações e fiamos nossas vestes, nossas tendas, nosso destino! A esperança é a única que não morre! Lembre-se, seu nome é Almir, significa nobre e famoso e estou lendo Omar, aquele de vida longa!” O marinheiro olhou a tempestade a vir e o semblante do velho Sábio. Na paz do seu semblante amarrou cada embarcação, agradeceu ao ensinamento e foi para sua tenda tranqüilo como uma criança no berço de um Gran Vizir!
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019
Olhar envolvente
Olhos magníficos,
bailam enquanto
espiam. Guardam
em redomas de
marfim enquanto
perscrutam ninfas
simbólicas nas
torres dos contos de
fadas, como
são erguidos os mundos!
Olhos
apalpando o veludo da tez
escorregadia
sob a nudez de tudo,
envolvendo o
nível aparente. Surgindo
na superfície
incidente, inaugurando
o esplendor
embutido sob a blindagem.
Vestindo de
orvalho a cadente paisagem!
Olhos apalpando
calmamente com
dedais de
ouro e ornamentados de
pratas seus
dedos são castiçais sagrados;
ou seja seus
cílios entreabertos entre
girar de
girassóis sobre os campos dourados!
Nunca vi tão
belos cerimoniais como
teus olhos
de vinhedos , de cidrais concentrados
na presença
, descendo como cascatas
a se
dispersar, mas se unificam nos
movimentos sutis
e quando se deslocam
da atenção,
nunca vão embora, pois deixam
um perfume
de lembrança, deixam um
lacinho de fita
nas trancinhas a pentear
as cartas
dos momentos, com seus naipes.
Cadê você Rio Doce?
Rio que não é mais doce! Vida amarga!
Peixes que pulam em busca de oxigênio!
Apunhalaram sua alma com brutal adaga!
Veia serpentina de cinzas e arsênico!
Peixes ensaiando a dança do adeus.
Trapezistas macabros nas margens,
corpos cobertos de chumbo e mercúrio!
Rio retorcido de insuportáveis dores!
Rio que não é mais doce, murmúrio,
ruído deslizando com mortes e entulhos!
Corredor de lágrimas escuras,pedregulhos,
borbulhas de lama agitando cinzentas borrascas,
tungstênio que se extingue com chamas de barro!
Estapeadas em cada canto tristonhas carcaças.
Esquifes de escombros presos em redemoinhos
algemados a mananciais de espantos e assombros!
Adeus doce rio da minha longínqua lembrança.
Incognoscível no passado com seu arquétipo latente!
Seu cortejo passa com uma música de fundo,
com uma canção sem rumo, cor de prata ausente
do seu antigo burburinho de águas cristalinas,
de seu dorso limpinho e leito profundo!
Rio Doce que vinha das colinas,
Rio que vinha de doces nascentes,
Rio que vinha de Minas,
Rio que refletia o sol poente!
Hoje Rio de manguezais da podridão!
Sem redemoinhos tangendo violinos!
Convido agora a toda gente,
que toquem todos os sinos,
para uma fúnebre canção:
Adeus doce Rio, adeus Rio Doce!
Adeus Rio que não é mais doce!
Cadê você Rio Doce?
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